COP 29: Alckmin diz que nova meta do Brasil é “ambiciosa, mas factível”
Vice-presidente discursou na Conferência do Clima da ONU, no Azerbaijão. Ele divulgou a nova meta de redução nas emissões de gases do efeito estufa
Publicado 12/11/2024 17:57 | Editado 13/11/2024 06:35
Nesta terça (12), o vice-presidente Geraldo Alckmin, líder da delegação brasileira na 29ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, discursou aos presentes e reafirmou a meta brasileira para redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) para 2035.
No final de semana, ainda no Brasil, com o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi decidida a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) de 67% de redução de emissões de GEE até 2035, na comparação com os níveis de 2005.
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De acordo com Alckmin, a meta é “ambiciosa” mas também “factível”, com a finalidade de “limitar o aumento da temperatura a 1,5º graus Celsius.”
Ainda segundo o vice-presidente, a NDC brasileira “reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.”
No discurso, ele ainda cobrou dos líderes em Baku uma concussão sobre as negociações do mercado de carbono e compromisso para implementar as decisões estabelecidas na COP28, quando foi anunciado o Fundo de perdas e danos em auxílio aos países pobres para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Ao final, em inglês, convidou os presentes para a próxima conferência, a COP 30, que acontece em 2025 em Belém, capital do Pará.
Confira abaixo o discurso de Alckmin na íntegra:
Senhoras e Senhores,
O percurso e os esforços diplomáticos da Convenção do Clima, iniciados em 1992, no Rio de Janeiro, Brasil, nos trazem agora a Baku no Azerbaijão, para a COP29. Cada uma das etapas desse caminho representa avanços e hesitações do multilateralismo na tarefa de atingir metas ambientais comuns e na capacidade de estarmos à altura dos desafios.
A Conferência de Baku aspira a definir o novo objetivo de financiamento climático. Esse objetivo deve ser ambicioso de modo a limitar o aumento da temperatura a 1,5º graus Celsius.
Baku tem também o desafio de finalizar as negociações do mercado de carbono e orientar o caminho para a implementação dos compromissos históricos atingidos na COP 28, em particular sobre energia e florestas.
O Brasil é reconhecido como uma potência ambiental, mas também líder na segurança alimentar. Temos a maior floresta tropical do mundo, temos a matriz energética mais limpa entre as grandes economias, uma agricultura eficiente e verde e, sobretudo, temos a consciência e o comprometimento de que só há um futuro se for sustentável.
Estamos implementando o Plano Clima, que servirá como guia da política climática brasileira até 2035.
Firmamos também o Pacto pela Transformação Ecológica entre os três Poderes do Estado brasileiro, para a implementação do qual é fundamental a adesão da sociedade civil.
Precisamos de medidas concretas, no ritmo necessário. Terei a honra de apresentar, nessa COP29, a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição, a redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005. Ambiciosa, certamente, mas também factível. Para isso, entretanto, precisaremos, juntos, assegurar as condições e meios de implementação adequados.
Nossa NDC é muito mais do que simplesmente uma meta de redução de emissões para 2035: reflete a visão de um país que se volta para o futuro e que está determinado a ser protagonista da nova economia global, com energias renováveis, combate à desigualdade e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.
O sucesso da COP29 é parte fundamental para o sucesso da COP30, que teremos o orgulho de sediar em Belém, no Brasil, mas também para a resposta global à mudança do clima. A omissão do agora custará muito para o depois.
Em nome do Presidente Lula, I hope to see you next year in Brazil.