Censo Escolar registra crescimento no ensino em tempo integral

Divulgado pelo MEC, números do censo mostram que parcela de matrículas de tempo integral chegaram a 22,9%, enquanto a Educação Básica apresentou queda de 0,4%

Foto: Sumaia Vilela/Agência Brasil

As matrículas em tempo integral na rede pública de ensino cresceram e atingiram a marca de 965 mil alunos no país. De acordo com o Censo Escolar 2024, que teve suas conclusões divulgadas nesta quarta-feira (9) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2024 as matrículas de tempo integral chegaram a 22,9%, enquanto em 2022 correspondiam a 18,2% do total.

O ministro da Educação, Camilo Santana, exaltou o resultado que corresponde ao investimento feito pelo governo federal de R$ 4,06 bilhões no Programa Escola em Tempo Integral.

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Com esse valor empregado nos últimos dois anos o salto no percentual de matrículas em tempo integral em cada etapa foi:

  • Creches: de 57%, em 2022, para 59,5%, em 2024;
  • Pré-escola: de 12,8%, em 2022, para 15,8%, em 2024;
  • Ensino fundamental: de 14,4%, em 2022, para 19,1%, em 2024;
  • Ensino médio: de 20,4%, em 2022, para 24,2%, em 2024.

Camilo observou que a meta estabelecida pelo Programa Nacional de Educação (PNE) foi praticamente alcançada ao chegar em 22,9%, sendo que era de 25%. O PNE já definiu metas mais ousadas para os próximos dez anos

“Em relação à educação básica, nunca o Ministério da Educação teve um olhar tão forte para a educação básica nesse país. O Ministério sempre olhou muito mais para questão da educação superior, da nossa universidade, dos institutos federais, nós estamos tendo um olhar especial, mas para isso deve ser construído com os entes federados”, disse o ministro.

Apesar do avanço das escolas de tempo integral e uma maior atenção do governo para a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, entre 2023 e 2024 houve queda nas matrículas do ensino básico, com menos 216 mil matrículas. Ao total foram 47,1 milhões de matrículas em 179,3 mil escolas brasileiras. Conforme o Censo Escolar, 49,1% desses estudantes fazem parte das redes municipais de ensino.

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O Censo Escolar produz informações para, entre outras ações, basear o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Apresentação dos resultados. Foto: Luis Fortes/MEC

Creches e pré-escolas

Na educação infantil que se subdivide entre creches e pré-escolas, tivemos 4,38 milhões e 5,3 milhões de matrículas respectivamente.

No país foram registradas 78,1 mil creches, sendo que “33,1% dos alunos de creche estão matriculados na rede privada (maior participação da rede privada entre todas as etapas da educação básica) e 52,8% desses alunos estão em instituições conveniadas com o poder público”, destaca o MEC.

Já na pré-escola foi sublinhado que 22,1% do total de estudantes frequenta a rede privada, sendo que 197,9 mil alunos da rede privada frequentam pré-escolas conveniadas com o poder público.

Educação indígena, quilombola e assentada

O Censo ainda captou a quantidade de alunos que estudavam em escolas específicas em 2024:

  • educação em aldeias indígenas: 294,2 mil alunos;
  • comunidades quilombolas: 279 mil alunos;
  • em áreas de assentamento da reforma agrária: 398,2 mil alunos;

Educação profissional e tecnológica

Ainda é destaque a educação profissional e tecnológica (EPT), que teve 2.575.293 matrículas em 2024. Destaca-se dessa parcela 1.570.993 matrículas na rede pública, crescimento 2,4 vezes maior do que em 2023.

As matrículas no ensino médio regular em programas vocacionais (integrado a curso técnico e/ou magistério) tiveram participação de 17,2% (dentro da proporção de matrículas no EM), aumento de 3,4% entre 2022 e 2024.

*Com informações MEC