Feira Nacional do MST leva 1.700 produtos e comida da roça a SP

Evento entre 8 e 11 de maio no Parque da Água Branca terá alimentos de todas as regiões, shows, seminários e pratos típicos preparados por famílias camponesas

Expectativa é superar o público de 320 mil pessoas presentes na última edição | Foto: Sofia Soisbelo

A cidade de São Paulo receberá, entre os dias 8 e 11 de maio, no Parque da Água Branca, a 5ª edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento, que já integra o calendário cultural da capital, reunirá camponesas e camponeses de todas as regiões do país com mais de 1700 produtos à disposição da população. A expectativa é superar o público da última edição, que ultrapassou 320 mil pessoas.

500 toneladas de alimentos e um restaurante popular da roça

Frutos da luta camponesa por soberania alimentar, cerca de 500 toneladas de alimentos — entre produtos in natura e agroindustrializados — chegarão à capital vindos de assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária. A feira também contará com a “Culinária da Terra”, um restaurante popular a céu aberto que oferecerá pratos típicos do Sul, Norte, Nordeste e outras regiões do Brasil, valorizando a diversidade da agricultura familiar.

“A ideia é que na Culinária da Terra se instale como um grande restaurante popular. Trazendo a diversidade culinária que tem na Reforma Agrária, desde as comidas do sul, as comidas da região amazônica, do nordeste. Ou seja, quem for até a feira vai poder apreciar comida de verdade, com a qualidade da agricultura familiar de vários cantos do Brasil”, afirma Diego Moreira, da direção nacional e do setor de produção do MST.

Reforma Agrária, natureza e cultura: uma nova relação socioecológica

Mais do que um espaço de comercialização, a feira é também um território de luta e afirmação da identidade camponesa. Ela propõe uma nova relação entre o campo e a cidade, enfrentando o modelo do agronegócio com alimentos saudáveis, saberes populares e arte.

“Nós vivemos no momento de inflacionamento dos alimentos no mundo, em especial no Brasil, por falta de abastecimento, por falta de política pública estatal. Então, também é trazer a importância de termos uma soberania alimentar com diversidade e com produção sustentável, garantindo que esse alimento chegue até a mesa do povo que mais necessita”, defende Diego.

Durante os quatro dias de evento, também serão realizados seminários, atividades culturais, shows e o Festival Terra, Arte e Pão. A programação inclui ainda um ato político com lideranças e representantes do poder público em apoio à Reforma Agrária Popular.

“Contamos com a presença de todos e todas para confraternizar, propagar e anunciar um novo projeto para a agricultura brasileira, que tem como um dos pilares fundamentais a Reforma Agrária Popular”, conclui Diego.

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