Lula fortalece diplomacia e busca equilíbrio comercial com Rússia e China

Presidente está em Moscou para a celebração dos 80 anos do Dia da Vitória sobre o nazismo. Serão assinados acordos, assim como em Pequim na sequência da viagem

Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula está em Moscou, na Rússia, para participar das comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Em seguida irá a Pequim, onde está marcada uma visita de Estado e onde acontece o IV Fórum China-CELAC. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, a viagem marca a articulação diplomática do Brasil por equilíbrio comercial e pela defesa do multilateralismo.

Lula desembarcou na capital russa na quarta (7). Nesta quinta (8) participa de jantar oferecido pelo presidente Vladimir Putin. Na sexta (9), ocorre o grande desfile cívico-militar na Praça Vermelha em que se celebra o Dia da Vitória soviética contra o nazismo. Segundo o Kremlin, o desfile deve reunir cerca de 30 líderes mundiais.

Além de participar da comemoração, Lula deverá assinar atos na área de Ciência e Tecnologia e agronegócio, assim como firmar acordos que equilibrem a balança comercial.

Leia mais: Atos celebram os 80 anos do “Dia da Vitória” soviética sobre o nazismo

Na chegada ao país, o presidente ressaltou a importância do multilateralismo: “Já estou na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da Segunda Guerra. O dia que define a vitória contra o nazismo. A vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo. Iremos assinar acordos de cooperação em ciência e tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”, disse.

Conforme o Itamaraty, as relações diplomáticas entre Brasil e Rússia datam de 1828. A partir de 2002, no primeiro mandato de Lula, a parceria se tornou estratégica. Em 2009, os Brics foram formados, sendo que a África do Sul entrou dois anos depois.

Ainda segundo a pasta, a Rússia é o quinto país de quem o Brasil mais importa produtos, sendo estes, principalmente, óleos combustíveis de petróleo, adubos e fertilizantes. Já o Brasil exporta, em sua maioria, carne bovina e de aves, soja, café não torrado e tabaco. Nos primeiros três meses desse ano a balança comercial foi de US$ 12,4 bilhões, sendo que o Brasil exportou US$ 1,45 bilhão e importou US$ 10,9 bilhões.

China

Depois da Rússia, Lula e comitiva irão à China, onde devem ficar entre os dias 12 e 13 de maio.

Em coletiva de imprensa, o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, explicou que existe 16 protocolos e anúncios já definidos e outros 32 em negociação com os chineses.

Assim, parte desses acordos deverão ser negociados e anunciados na visita de Lula. Como indicou o embaixador, os atos que deverão ser firmados dizem respeito às áreas de: agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.

Leia mais: Lula, Xi e Putin celebram os 80 anos da vitória na 2ª Guerra Mundial

“Do ponto de vista comercial, as nossas exportações para a China são superiores às nossas vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia. O Brasil é o sétimo principal fornecedor da China. Então é um momento de explorar novas vertentes de cooperação”, afirma Saboia.

No comércio a China é o principal parceiro do Brasil, tanto em importações quanto nas exportações. A balança comercial de janeiro a março de 2025 ficou em US$ 38,8 bilhões (Brasil exportou US$ 19,8 bilhões e importou US$ 19 bilhões). As importações são, principalmente, de embarcações, equipamentos de telecomunicações, máquinas e aparelhos elétricos, válvulas e tubos termiônicos (válvulas). Já as exportações são de óleos brutos de petróleo, soja e minério de ferro e concentrados.

Está será a quarta visita oficial de Lula à China. Em abril de 2023, na ocasião a terceira visita, foi firmado o maior acordo na história de Brasil-China, sendo 15 atos governamentais e 32 acordos empresariais.

Na oportunidade da atual visita, a comitiva brasileira também participa do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) como forma de aproximar ainda mais o gigante asiático com os 33 países em desenvolvimento da América Latina e do Caribe.