Estrelas de Cannes rompem silêncio e acusam “genocídio” em Gaza

Mais de 380 artistas, entre eles Almodóvar e Richard Gere, cobram posicionamento do mundo cultural e prestam homenagem a jornalista morta por bombardeio israelense.

Cartaz oficial da 78ª edição do Festival de Cannes | Foto: Sameer Al-Doumy

No dia de abertura do Festival de Cannes, mais de 380 nomes do cinema mundial assinaram um manifesto acusando o “silêncio” do setor cultural diante do “genocídio” em Gaza. O texto foi publicado nesta terça-feira (13) pelo jornal francês Libération, no mesmo dia em que Robert De Niro recebe a Palma de Ouro honorária.

“Nós, artistas e atores/atrizes do âmbito cultural, não podemos permanecer em silêncio enquanto se realiza um genocídio em Gaza”, afirma a carta, assinada por personalidades como Pedro Almodóvar, Susan Sarandon, Richard Gere, Alfonso Cuarón, Javier Bardem e Costa-Gavras.

A iniciativa marca uma abertura politizada da 78ª edição do festival, que também terá um dia dedicado à Ucrânia. O manifesto presta homenagem a Fatima Hassouna, fotojornalista palestina morta durante o bombardeio israelense em abril. Ela é protagonista do documentário “Put Your Soul on Your Hand and Walk” (“Coloque sua alma na mão e ande” em português), dirigido pela iraniana Sepideh Farsi, selecionado para a mostra paralela Acid.

“De que serve nossa profissão, senão para aprender com a História, com filmes engajados, se não estamos presentes para proteger as vozes oprimidas?”, questionam os signatários. “O cinema deve carregar suas mensagens”, concluem.

A presidente do júri de Cannes, Juliette Binoche, chegou a ser mencionada entre os apoiadores do texto, mas seu nome não consta na versão final publicada.

O manifesto busca pressionar o mundo da cultura a romper a indiferença. “Pedimos ação em nome de todas aquelas pessoas que morrem na indiferença”, declaram.

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com agências

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