Ataque de Israel em área de ajuda humanitária deixa 31 mortos

Novo massacre acontece em meio às negociações fracassadas entre Israel e Hamas por novo cessar-fogo. Funcionário da ONU diz que gaza é a região mais faminta do mundo

Palestinos fogem depois de ataques. Foto: reprodução/Al Jazeera

O massacre de palestinos na Faixa de Gaza teve mais um capítulo cruel neste domingo (1º), quando um ataque à região de Rafah, numa área de ajuda humanitária onde pessoas famintas recebiam comida, deixou 31 mortos e 170 feridos. 

De acordo com Associated Press, um grupo armado atirou contra a multidão. Uma testemunha ouvida pela agência relatou que houve “tiros vindo de todas as direções — de navios de guerra, tanques e drones”. 

Autoridades palestinas atribuem os ataques a militares israelenses. Já o Exército de Israel diz desconhecer a existência de feridos “causados por fogo militar” e afirmou que a situação estaria sendo “avaliada”. 

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Como se não bastassem os ataques sistemáticos de Israel à população palestina, o bloqueio à ajuda humanitária escalou ainda mais, levando a uma das situações mais graves vividas pela população local desde que tiveram início os ataques, em outubro de 2023. 

Na sexta-feira (30), Jens Laerke, porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), afirmou que a região é hoje “o lugar mais faminto do mundo”. Ele também contou que o único alimento que pôde chegar a Gaza foi farinha, o que não ajuda, uma vez que a população não tem sequer condições de cozinhar. Ele completou dizendo que “100% da população de Gaza estão correndo risco de passar fome”. 

Neste sábado (31), o grupo Hamas respondeu à proposta de cessar-fogo de 60 dias apresentada pelos Estados Unidos. O grupo propôs que fossem libertados dez reféns israelenses vivos, além da entrega de 18 corpos, sob a condição de que o governo de Benjamin Netanyahu libertasse prisioneiros palestinos e retirasse as tropas de Gaza. 

Segundo Netanyahu, as condições seriam “inaceitáveis”. Os termos apresentados pelos EUA previam apenas uma trégua de 60 dias e a troca de 28 dos 58 reféns israelenses mantidos em Gaza pelo Hamas, em troca de mais de 1,2 mil prisioneiros detidos por Israel.

Com agências