Preço da cesta básica recua em 15 capitais em maio, aponta Dieese

Queda foi puxada por produtos como arroz e tomate; café, carne e inflação acumulada seguem como vilões do orçamento das famílias.

Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O custo da cesta básica caiu em 15 das 17 capitais brasileiras pesquisadas em maio de 2025, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As maiores quedas foram registradas em Recife (-2,56%), Belo Horizonte (-2,50%) e Fortaleza (-2,42%). Apenas Florianópolis (0,09%) e Belém (0,02%) apresentaram leve alta.

Apesar do recuo no mês, o acumulado de 2025 ainda é de alta em todas as capitais. Belém lidera com um aumento de 9,09% no ano, seguida por Fortaleza (8,12%) e Recife (8,10%). Na comparação anual, Vitória é a capital com maior inflação da cesta: 8,43%.

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São Paulo permanece com a cesta mais cara do país, custando R$ 896,15, mesmo com a queda de 1,44% em maio. Aracaju teve o menor valor, R$ 579,54.

Alimentos que puxaram a queda

O recuo generalizado no valor da cesta foi impulsionado principalmente pela queda no preço do arroz agulhinha, que caiu em todas as capitais pesquisadas, e do tomate, que também registrou baixa nos 17 municípios, com destaque para Belo Horizonte (-20,85%).

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Já o café em pó segue como vilão: teve aumento em 16 capitais, chegando a subir 10,70% em Aracaju e 8,49% em São Paulo. No acumulado de 12 meses, o café acumula alta de até 127,89% (Vitória).

A carne bovina subiu em 14 capitais no mês, mas caiu em São Paulo (-0,82%), Fortaleza (-0,65%) e Porto Alegre (-0,04%). Ainda assim, o preço do produto subiu em todas as capitais no ano.

Comprometimento da renda com alimentação

Em maio, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou de 107 horas e 43 minutos para comprar a cesta, menos do que em abril (108h55). O comprometimento médio da renda líquida com os itens básicos de alimentação caiu para 52,93%, frente aos 53,52% do mês anterior.

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Ainda assim, o Dieese calcula que o salário mínimo necessário para cobrir todas as despesas básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.528,56 — quase cinco vezes o salário mínimo oficial, que hoje está em R$ 1.518,00.

Apesar da queda momentânea, os dados apontam que o custo da alimentação ainda representa um peso significativo no orçamento das famílias brasileiras, sobretudo diante da alta acumulada de itens essenciais como carne, café e óleo de soja.

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