Lula condena bloqueio dos EUA contra Cuba na Reunião Cúpula Brasil-Caribe
“Devemos seguir condenando com veemência o embargo contra Cuba e sua descabida inclusão em listas de países que apoiam o terrorismo”, disse
Publicado 13/06/2025 14:43 | Editado 13/06/2025 18:40

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou, nesta sexta-feira (13), no Palácio Itamaraty, em Brasília, o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, que já dura mais de seis décadas. Ele destacou aos líderes presentes que o sentido de solidariedade entre os países “é mais necessário do que nunca”.
“Devemos seguir condenando com veemência o embargo contra Cuba e sua descabida inclusão em listas de países que apoiam o terrorismo”, discursou.
Para ele, o mundo está carente de “vozes que falem em nome do que é certo, justo e sensato”. “O Brasil sempre viu no Caribe essa vocação”, diz.
“Sem o Caribe, nunca teremos uma Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) forte”, defendeu.
Lula ainda afirmou que, em um cenário de acirramento de disputas geopolíticas, a aproximação entre o Brasil e o Caribe reafirma a busca por autonomia frente a velhas e novas hegemonias.
Leia mais: Lula: “América Latina e Caribe precisam se redefinir na nova ordem global”
“Garantir que caminharemos lado a lado e com o olhar no futuro será a tarefa mais urgente do Fórum Ministerial Brasil-Caribe que criamos hoje”, disse.
O encontro reuniu 16 países que buscam aproximação e fortalecimento de parceria. “Estamos retomando os laços com o nosso continente e fortalecendo a política externa brasileira, que é um dos maiores patrimônios da nossa nação”, disse.
O presidente falou em áreas nas quais a colaboração entre o Brasil e o Caribe tem potencial de render resultados concretos, como a mudança do clima.
“Precisamos chegar unidos à COP30 em Belém. Nossa medida de sucesso será o grau de ambição das novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, em português) a serem apresentadas. A nova meta do Brasil, que prevê redução de emissões entre 59 e 67%, foi produto de um intenso exercício interno”, afirmou.
As NDCs são os compromissos voluntários que cada país assume para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas, dentro do âmbito do Acordo de Paris.
Transição energética
O presidente também destacou a área da transição energética: “Uma transição justa significa não penalizar, mais uma vez, os países em desenvolvimento. Dispor de diferentes fontes de energia faz parte dessa estratégia. A opção brasileira pelos biocombustíveis permitiu que a cana-de-açúcar passasse de símbolo do passado colonial a passaporte para um futuro sustentável. O Caribe, que divide esse passado com o Brasil, também pode fazer parte desse futuro”.
Em relação à segurança alimentar, Lula acentuou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) segundo os quais a fome ainda assombra mais de 12 milhões de caribenhos.
“Esse desafio só será superado conciliando boas políticas públicas com financiamento adequado. Esse é o propósito da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que hoje passa a contar com Santa Lúcia, Cuba e o Banco de Desenvolvimento do Caribe”, frisou.