Vietnã é oficializado como novo parceiro do Brics

País asiático se torna o décimo parceiro do grupo, ao lado de Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão

Lula e o presidente Luong Cuong em Hanói, Vietnã. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O número de parceiros do Brics aumentou com a inclusão do Vietnã. O país asiático se soma a Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão nesta condição. O anúncio foi realizado pela presidência brasileira do bloco na sexta-feira (13).

O grupo, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (que dão nome à sigla), já soma 11 países-membros após a inclusão de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

A presidência temporária, ocupada pelo Brasil este ano, saudou a entrada dos vietnamitas: “Com uma população de quase 100 milhões de habitantes e uma economia dinâmica fortemente integrada às cadeias globais de valor, o Vietnã destaca-se como um ator relevante na Ásia. O país compartilha com os membros e parceiros do Brics o compromisso com uma ordem internacional mais inclusiva e representativa. Sua atuação em prol da cooperação Sul-Sul e do desenvolvimento sustentável reforça a convergência com os interesses do agrupamento.”

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A criação da categoria de país parceiro aconteceu em 2024 durante a 16ª Cúpula dos Brics realizada em Kazan, na República do Tartaristão, integrante da Federação Russa. Como parceiro do bloco, agora o Vietnã tem presença nas Cúpulas, fóruns e reuniões de ministros do grupo, assim como poderá assinar documentos e declarações conjuntas.

Em março deste ano, o presidente Lula esteve no Vietnã, onde se encontrou com o presidente Luong Cuong e o primeiro-ministro Pham Minh Chinh. Na ocasião, foram assinados acordos e o Plano de Ação Conjunta Brasil–Vietnã 2025–2030. A oportunidade também serviu para que o Brasil e o Vietnã avançassem em direção à parceria com o Brics.

Brics

Ao se considerar apenas os 11 países-membros, o Brics representa 39% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 2023 e compreende cerca de 48,5% da população mundial e 24% do comércio internacional.

Além disso, de acordo com a IEA (International Energy Agency), o grupo ainda reúne 72% das reservas mundiais de minerais de terras raras, 43,6% da produção mundial de petróleo, 36% da produção mundial de gás natural e 78,2% da produção global de carvão mineral.

Em relação ao Brasil, a corrente de comércio com o bloco foi de US$ 210 bilhões em 2024, representando 35% do total. O grupo ainda é destino de US$ 121 bilhões das exportações brasileiras (36% do total exportado pelo Brasil) em 2024, sendo origem de US$ 88 bilhões das importações brasileiras (34% do total importado).

A próxima Cúpula dos Brics será no Rio de Janeiro, Brasil, nos dias 6 e 7 de julho, com países-membros e parceiros, na qual o Vietnã já estará presente.