Brasil assume presidência do Mercosul e mira acordo com União Europeia
Lula participa da Cúpula em Buenos Aires nesta quinta (3) e marca retorno do Brasil à presidência do bloco com metas como avanço no pacto Mercosul-União Europeia.
Publicado 30/06/2025 15:25 | Editado 30/06/2025 15:51

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta quinta-feira (3), da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Buenos Aires. Durante a cúpula, o Brasil reassume a presidência pro tempore do bloco, marcando uma nova etapa da política externa brasileira com foco na integração regional, na finalização do acordo com a União Europeia e no fortalecimento da Tarifa Externa Comum (TEC).
A retomada do protagonismo brasileiro no grupo é vista como estratégica pela diplomacia nacional. “Não preciso ressaltar a importância que o Brasil atribuiu ao Mercosul no nosso objetivo maior de promover a integração regional, que é um objetivo constitucional, histórico e atual do presidente Lula e da diplomacia brasileira”, diz a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.
Prioridades da presidência brasileira
Entre os principais focos do Brasil à frente do Mercosul estão a conclusão do acordo com a União Europeia — que já passa por tradução para 27 línguas e precisa de aprovação nas instâncias europeias — e o avanço na agenda comercial. Lula tem atuado diretamente em articulações para viabilizar o pacto, inclusive junto ao presidente francês Emmanuel Macron. Em declarações anteriores, o presidente afirmou que o tratado “reforça o multilateralismo”.
Além disso, a nova gestão brasileira priorizará a atualização da Tarifa Externa Comum, a inclusão dos setores automotivo e açucareiro nas diretrizes do bloco, e o lançamento do chamado “Mercosul verde”. A ideia é reforçar as credenciais ambientais da região: “Temos uma matriz energética renovável e nossa agricultura é sustentável”, destacou Padovan.
Cooperação, infraestrutura e participação social
O Brasil também vai liderar o lançamento do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem 2), fundo de infraestrutura regional que sucede o Focem 1, responsável por destinar cerca de US$ 1 bilhão a obras nos países membros, como a Costaneira no Paraguai. O novo fundo ampliará investimentos em competitividade e convergência econômica.
Na esfera social, o governo brasileiro pretende fortalecer os institutos de direitos humanos e políticas públicas sediados na Argentina e no Paraguai, além de ampliar o papel das pequenas e médias empresas no comércio regional — setor que, segundo o Itamaraty, tem grande participação feminina e enfrenta maiores barreiras.
De janeiro a maio de 2025, o comércio entre os países do bloco somou US$ 17,5 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 3 bilhões. As principais exportações incluem veículos, produtos industrializados e minério de ferro; entre as importações, destacam-se automóveis, trigo e energia elétrica.
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com informações do governo federal