PT vai às urnas com Edinho como favorito e apoio de Lula
Votação nacional mobiliza quase 3 milhões de filiados; ex-ministro Edinho Silva conta com apoio de Lula e mira reorganização para 2026. Resultado sai nesta segunda-feira (7)
Publicado 06/07/2025 14:52 | Editado 07/07/2025 07:12

O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza neste domingo (6) sua primeira eleição nacional direta desde o fim da gestão de Gleisi Hoffmann, em um cenário que mistura disputa interna, reposicionamento político e preparação para as eleições de 2026. A votação vai até às 17h em todo o país, com os resultados sendo divulgados a partir das 14h do dia 7 de julho.
Quase 3 milhões de filiados estão aptos a votar nos novos dirigentes partidários em nível municipal, estadual e nacional, incluindo a presidência nacional da sigla. O favorito é Edinho Silva, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social e atual prefeito de Araraquara (SP), apoiado por Lula e pela corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil” (CNB), responsável por cerca de metade dos votos de filiados.
Seu principal adversário é o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que já presidiu o partido e concorre como independente. Também estão na disputa Romênio Pereira e Valter Pomar, ambos representantes das correntes mais à esquerda do PT.
Segundo o presidente Lula, que votou no Rio de Janeiro, essa eleição tem papel estratégico: “Estamos diante de uma eleição fundamental para organizar o partido e projetar as vitórias que queremos em 2026. Precisamos de unidade e visão de futuro.”
A atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deixa o comando do partido após oito anos à frente do diretório nacional, período marcado por forte enfrentamento à Lava Jato e pela reconstrução da imagem da sigla. O senador Humberto Costa (PT-PE) assumiu interinamente a presidência nos últimos meses.
Para além da escolha de nomes, a votação é também uma tentativa de reafirmar o protagonismo do PT na articulação da base aliada do governo federal e na formação de palanques estaduais fortes em 2026. “É uma eleição que reflete o que está em jogo: manter o PT como principal referência da esquerda brasileira diante dos desafios que virão”, afirmou Edinho Silva após votar em Araraquara.
Minas Gerais fora da disputa nacional
Apesar da dimensão nacional do pleito, a votação não ocorrerá em Minas Gerais. Uma decisão judicial garantiu a participação da deputada Dandara Tonantzin na disputa pela presidência estadual do PT, após o partido ter indeferido sua candidatura por atraso no pagamento da contribuição partidária. Diante da liminar concedida na noite de sábado (5), a direção do PT alegou não haver tempo hábil para inclusão do nome da parlamentar nas cédulas e adiou a eleição no estado.
Segundo a direção nacional, a exclusão dos votos mineiros não deve impactar o resultado da escolha do novo presidente nacional. Uma reunião do diretório está marcada para terça-feira (8) para deliberar sobre a situação em Minas.
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com agências