Datafolha: Lula (44%) mantém vantagem sobre Alckmin (28%) 

O Jornal Nacional, da Rede Globo, divulgou na noite desta terça-feira a nova pesquisa Datafolha. Ao contrário do que outras pesquisas vinham apontando, o candidato tucano Geraldo Alckmin apresentou queda nas intenções de voto. O tucano passou de 29% da

Pesquisa Datafolha que foi divulgada nesta terça-feira (18) pelo Jornal Nacional da Rede Globo e que será detalhada na edição desta quarta-feira da Folha de S. Paulo revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua liderando com folga a disputa pelo eleitor, com 44% das intenções de voto. Na pesquisa, o tucano Geraldo Alckmin aparece em seguida, com 28% das intenções de voto do eleitorado.




A candidata do PSOL à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL), despontou na pesquisa de intenção de voto: subiu de 6% em maio para 10% hoje. Cristovam Buarque do PDT, e José Maria Eymael do PSDC, que tinham 1% das intenções de votos em junho, mantiveram o mesmo índice. O candidato do PCO, Rui Pimenta, que na pesquisa de junho não conseguiu alcançar 1% das intenções de voto, aparece na pesquisa com 1%. O candidato do PSL, Luciano Bivar, não atingiu 1% das intenções de votos.


 


Brancos e nulos mantiveram-se em 7%. Os que não souberam ou não opinaram, que eram 9% em junho, agora são 8%. Na pesquisa ficou de fora o candidato do PSC, Rogério Vargas, que não escreveu sua candidatura.


 


Segundo turno é incerto




Em maio, Lula tinha 46% das intenções de voto; e Alckmin, 29%. Com essas variações e o avanço da senadora do PSOL nas pesquisas, aumentaram as chances de haver segundo turno nas eleições presidenciais. Mas este cenário só é visível utilizando o máximo da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais. Pelo atual cenário, Lula venceria em primeiro turno com 52% dos votos válidos. Em maio, ele tinha 54% dos votos válidos.


 


Em um eventual segundo turno, Lula obteria 50% dos votos e Alckmin, 40%. Os números mostram estabilidade com relação à pesquisa de junho, quando Lula obteve 51%, e Alckmin, 40%.


 


A possibilidade, ainda que remota, de ocorrer segundo turno não surpreende o comando da campanha de Lula. Todas os principais dirigentes petistas e dos partidos aliados trabalham com esta possibilidade e a estratégia da campanha pela reeleição já está desenhada para a disputa em dois turnos.


 


O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, por exemplo, diz que 'nunca apostou numa vitória no primeiro turno, apesar de essa possibilidade ter existido'. 'Sempre trabalhamos com a expectativa dos dois turnos', afirma o ministro.




A pesquisa Datafolha ouviu 6.264 eleitores nos dias 17 e 18 de julho, em 277 municípios de todo o país. A margem de erro de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 11149/2006.


 


Vox Populi, sob suspeita, pede cautela aos alckmistas


 


Antes do Datafolha, a última pesquisa de intenções de voto para presidente foi divulgada pelo instituto Vox Populi no dia 13 de julho e apontou que a diferença entre Lula e Alckmin era de apenas 10 pontos percentuais. Na pesquisa Lula aparece com 42% das intenções de voto contra 32% do tucano. Mas a pesquisa suscitou dúvidas que já começam a circular pela internet.


 


Questiona-se, por exemplo, por que o Vox Populi 'aburguesou' sua amostragem de pesquisados aumentando para 11% o índice de brasileiros com nível superior quando o TSE considera que apenas 5,7% da população tem este grau de escolaridade. 'Será que é por que é justamente nesta faixa da população que Alckmin alcança seus melhores resultados?', questionam os internautas que estão divulgando as suspeitas sobre o Vox Populi.


 


Acompanhando o grau de surpresa que a pesquisa causou, os próprios diretores do Vox Populi recomendaram à campanha de Alckmin cuatela com os números. O sociólogo Marcos Coimbra, um dos sócios do Vox Populi, lembra que, nas eleições de 2002, o mesmo fenômeno aconteceu com Roseana Sarney, Garotinho, Serra, Lula e Ciro Gomes.



 
O sociólogo acrescenta que, ao contrário do que alguns esperavam, Geraldo Alckmin não caiu sem a dose extra de mídia que obteve no final de junho, mas observa que isso também ocorreu com candidatos mais conhecidos.


 


Para João Francisco Meira, também sócio do instituto , o crescimento de Alckmin, mesmo entre os mais instruídos – um público que considera demonstrar suas posições mais cedo –, não significa voto consolidado. Meira afirma que a eleição mal começou do ponto de vista do interesse da população. 


 


Marcos Coimbra diz não ver grandes surpresas nos resultados das mais recentes pesquisas, considerando como dúvida o dia de outubro em que vai se decidir a eleição, pela possibilidade de realização de segundo turno. A mudança no quadro – avaliada como improvável até muito pouco tempo – é atribuída pelo sociólogo não a Alckmin, mas a Heloísa Helena, cujo pequeno crescimento (de 5% para 7%) tem quase a mesma proporção da queda de Lula (45% para 42%).


 


Da redação,
Cláudio Gonzalez