Medo de privatização joga CUT nos braços de Requião

O presidente estadual da CUT, Roni Anderson Barbosa, confirmou ontem que a maior parte dos sindicatos filiados à entidade vai apoiar Requião. “As declarações do PSDB sobre as privatizações fizeram muitos líderes sindicais repensarem suas posições”, disse

O presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, que esteve ontem em Curitiba participando de manifestações em favor de Lula e da manutenção das empresas públicas pelo estado, declarou seu apoio à candidatura de Lula. Santos informou também que o movimento no Paraná ainda está realizando algumas discussões internas, mas que o apoio da CUT deve ir para o governador licenciado Roberto Requião (PMDB).


 


Santos fez diversas declarações contra o candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin. “Em São Paulo, Alckmin era o presidente do Programa Estadual de Desestatização, que começou em 1995. Não queremos que esta força que doa o patrimônio público. Temos a visão de que é preciso impedir o retrocesso e avançar no processo de mudanças. Alckmin diz que não pretende privatizar, mas as pessoas que elaboraram o seu plano de governo caem em contradição. E ainda teve a declaração de Fernando Henrique Cardoso. A proposta do PSDB é de estado mínimo”, relatou.


 


Para ele, a classe média enxergou a diferença nas propostas dos dois candidatos à presidência da República com a discussão sobre privatização. No Paraná, ele também acredita que haja esta diferença nos planos de governo dos candidatos Requião e Osmar Dias. “O Requião teve um papel fundamental de manter a empresa pública”, esclarece.


 


Artur Henrique anunciou que pretende conversar com o empresariado e entidades representativas do setor produtivo para a mudança do Conselho Monetário Nacional, que também traçaria metas de crescimento da economia e de empregos, além dos controles da inflação e da taxa de juros. “A sociedade estaria participando destas decisões. Com a meta traçada, cada ministério teria que alcançar a sua cota durante o mandato de governo”, explica.


 


Protestos


 


A sede da Companhia Paranaense de Energia (Copel) foi “abraçada” ontem pela manhã por integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros movimentos sociais. O abraço demonstrou a posição contra a privatização de empresas estatais. A Copel, para os participantes do protesto, é o símbolo da força popular contra a privatização. A companhia quase foi vendida em 2001.


 


O ato foi uma manifestação clara à candidatura de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois os integrantes da CUT e de movimentos sociais carregavam bandeiras e adesivos do candidato. Havia um carro de som, tocando músicas da campanha de Lula, em frente a Copel.


 


Ontem à tarde, os integrantes da CUT e de sindicatos de trabalhadores também realizaram manifestação contra a privatização na saída dos funcionários da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Depois da manifestação, os sindicalistas distribuíram panfletos em apoio a Lula e a Requião, em frente à empresa Ultrafertil, que fica próxima à Repar.


 


Paraná-Online