Em nota, Mercadante diz estar “estarrecido” com indiciamento

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) divulgou nota hoje afirmando estar “estarrecido” com seu indiciamento em inquérito da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no caso do dossiê contra tucanos, duas semanas antes do primeiro turno das eleições

 



Mercadante sustenta que o inquérito não encontrou provas de sua participação na negociação entre o empresário Luiz Antônio Vedoin e petistas, que foram presos com R$ 1,7 milhão para a suposta compra de fotos e documentos que comprometeriam seu principal adversário na corrida ao governo paulista, o tucano José Serra.



“Nas investigações não foi registrada nenhuma menção ao meu nome nem nenhum telefonema que me incriminasse”, diz o senador na nota, “apesar das dezenas de quebras de sigilos telefônicos e dos incontáveis cruzamentos entre as linhas”. Também destaca a nota que o relatório da PF menciona não ter identificado a origem da “maior parte do dinheiro” , além de, “em nenhum momento”, apontar “vínculo” com a campanha eleitoral do senador.



Ele lembra que seu assessor de campanha, Hamilton Lacerda, estava entre os petistas envolvidos no episódio, mas que Lacerda foi exonerado, tão logo descoberto, e negou publicamente qualquer envolvimento de Mercadante.



A nota enfatiza também que a PF cita, “com fundamentação frágil e sem provas”, que o senador teria cometido crime eleitoral “por omissão de informações”. Mercadante se diz indignado “com a precariedade e a discricionariedade” das acusações da PF de Cuiabá.



“Na verdade, o relatório propõe um absurdo lógico-jurídico, pois meu indiciamento leva, inevitavelmente, a uma conclusão patética: se eu admitisse, de forma mentirosa, que o dinheiro da compra do dossiê saiu de minha campanha, e tivesse declarado os recursos na minha prestação de contas, estaria livre de investigação”, diz o senador, na nota.



“Mais honesto seria que o inquérito da Polícia Federal admitisse, como fez seu diretor-geral, delegado Paulo Lacerda, e a CPMI que não conseguiu identificar a origem do dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê. Preferiu, no entanto, jogar cortina de fumaça, me colocando como verdadeiro bode expiatório para encobrir o fracasso de suas investigações”, conclui Mercadante.



Fonte: Valor Online