Número de soldados mortos no Iraque supera vítimas do 11/9
Desde o início do conflito entre EUA e Iraque, em março de 2003, 2.978 oficiais americanos foram mortos, cinco a mais do que as vítimas dos atentados nos Estados Unidos.
Publicado 26/12/2006 20:29
O número membros do serviço militar americano mortos no Iraque superou a quantidade de vítimas dos ataques terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2001, concluiu a Associated Press. Enquanto isso, nesta terça-feira, carros-bomba foram responsáveis pela morte de seis americanos e pelo menos 25 iraquianos, no oeste de Bagdá.
De acordo com estimativas, desde o início do conflito entre EUA e Iraque, em março de 2003, 2.978 oficiais americanos foram mortos, cinco a mais do que as vítimas dos ataques ocorridos em Nova York, Washington e na Pensilvânia.
O presidente americano George W. Bush já disse que o conflito no Iraque é uma das medidas adotadas pelos EUA após o 11 de Setembro que tem como objetivo evitar novas ameaças terroristas. Segundo Bush, foi necessário tirar o taleban do poder no Afeganistão, perseguir membros da Al-Qaeda e exigir a mudança do regime no Iraque para garantir que não haverá um novo ataque terrorista nos EUA.
Líderes democratas dizem que o plano de Bush no Iraque fracassou, inclusive porque não foram encontradas no país evidências de que existe relação entre iraquianos e os atentados do 11 de Setembro.
A conta divulgada pela AP inclui pelo menos sete civis. O resultado da agência contabiliza 15 mortes a mais do que o obtido pelo Departamento de Defesa na última sexta-feira. De acordo com oficiais, pelo menos 2.377 oficiais americanos morreram no Iraque desde o início do conflito.
Além de soldados americanos, 126 soldados do Reino Unido morreram na guerra; 33 da Itália; 18 da Ucrânia; 18 da Polônia; 11 da Espanha; seis da Dinamarca; 13 da Bulgária; cinco de El Salvador; quatro da Eslováquia; dois da Estônia, dois dos Países Baixos e dois da Tailândia; um da Austrália, um da Hungria, um do Casaquistão, um da Letônia e um da Romênia.
Vítimas civis passam de 600 mil
Enquano as forças de ocupação contam um a um seus mortos e os enterram com honras militares, o número de civis e combatentes iraquianos mortos desde o início do conflito permanece desconhecido. Não há nenhum órgão oficial do Iraque que registre o número de vítimas.
O último levantamento que busca apresentar alguma estimativa é o que foi publicado pela revista médica britânica “The Lancet”, em outubro deste ano. Ela afirma que, desde o início da ofensiva no Iraque, 601.000 iraquianos morreram em conseqüência direta da violência.
Outros 54.000 morreram devido a fatores relacionados indiretamente com a situação no país, segundo o relatório publicado hoje pelo jornal “The Washington Post”.
O “excedente de mortalidade”, ou seja, o número de pessoas mortas que provavelmente ainda estariam vivas se a invasão e posterior conflito não tivesse ocorrido, soma 655.000 pessoas.
“The Washington Post” afirma que esse é um número 20 vezes maior que as 30.000 mortes de civis iraquianos que Bush citou em discurso de dezembro do ano passado, e mais de 10 vezes superior aos 50.000 mortos civis contabilizados pelo grupo de pesquisa britânico Iraq Body Count.
Carro-bomba
Hoje (26), pelo menos 36 outros iraquianos morreram por conta de ataques, entre eles as explosões de carros-bomba em um bairro misto de sunitas e xiitas no oeste de Bagdá, que deixaram 25 pessoas mortas e 55 feridas.
No centro da capital, uma bomba explodiu num mercado de rua, matando quatro pessoas e ferindo outras 15. Os explosivos estavam escondidos num toca CD deixado em uma loja de conserto de aparelhos eletrônicos, segundo a polícia. O homem que deixou o aparelho na loja saiu do local momentos antes da explosão.
A polícia também informou que a explosão de bombas plantadas na beira de uma estrada num bairro da zona leste da capital atingiu uma patrulha policial, matando quatro policiais e ferindo outras 12 pessoas.
Em Kirkuk, 290 quilômetros ao norte de Bagdá, outra bomba plantada na beira de uma estrada matou três civis – entre eles uma menina de oito anos – e feriu outras seis pessoas.
Da redação,
com agências