PCdoB de Goiás divulga balanço e perspectivas para 2007
Por Luiz Orro, de Goiânia
O PCdoB inicia o ano com a divulgação, pela Comissão Política do Comitê Estadual, do documento de balanço da disputa eleitoral de 2006, onde se aponta a séria derrota sofrida no Estad
Publicado 08/01/2007 12:57 | Editado 04/03/2020 16:44
Balanço do resultado eleitoral de 2006 e perspectivas para o PCdoB em Goiás
O projeto político do PCdoB de Goiás para as eleições de 2006, elaborado pelo Comitê Regional e definido pela Convenção Eleitoral Estadual teve forte vinculação com o projeto nacional, que apontou como prioridade a reeleição do Presidente Lula. Além disso, no plano proporcional, a prioridade em Goiás era a eleição do deputado federal, contribuindo nacionalmente com o Partido no enfrentamento da cláusula de barreira. Para isso, o PCdoB definiu o seguinte projeto:
1. Contribuir para a reeleição do Presidente Lula;
2. Eleger um deputado federal e manter a cadeira na Assembléia Legislativa;
3. Indicar o nome do deputado Fábio Tokarski como candidato a deputado federal, sendo a candidatura prioritária do projeto eleitoral do PCdoB de Goiás;
4. Indicar como candidatos (as) a deputado (a) estadual: Professora Ailma (Goiânia), Carlos Magno (Cidade Ocidental), Cleber de Souza (Planaltina), Edimar Piscão (Santa Helena), Ednon Cândido (Itumbiara), Professor Fabrízio (Anápolis), Professora Lúcia Rincón (Goiânia), Luiz Antero Baloia (Catalão), Professor Wilson (Aragarças);
5. Formar, em conjunto com PT e PSB, a Coligação Goiás na Frente, tendo como candidato ao governo estadual o deputado Barbosa Neto, do PSB, e, como vice, Valdi Camárcio, do PT;
6. Indicar Aldo Arantes como candidato ao Senado.
No 2º turno, Lula vence de virada em Goiás
A eleição de Lula era questão central para fazer avançar as mudanças exigidas para a consolidação de um projeto de desenvolvimento da nação que diminuísse as desigualdades sociais e elevasse o protagonismo das classes trabalhadoras. A construção de uma nova maioria política no Brasil, composta por forças de esquerda e de centro evitaria o retrocesso da volta da direita neoliberal ao poder. A vitória consagradora de Lula no 2º turno; a eleição de 13 deputados federais do PCdoB (11 em Estados onde Lula venceu) e um Senador; e a conquista do posto de 5º partido mais votado para o Senado (6 milhões e 300 mil votos, correspondentes a 7,5% do total de votos); foram resultados que colocam como positivo o desempenho eleitoral nacional do partido, apesar da redução de 17 para 12 Deputados Estaduais.
No primeiro turno, as repercussões das denúncias contra o governo Lula e as mobilizações oposicionistas de setores ligados à produção agropecuária criaram um clima bastante desfavorável às forças democráticas e progressistas no Estado, onde as forças conservadoras, que lideram o agronegócio, têm grande influência política. O resultado eleitoral no primeiro turno, quanto ao objetivo da eleição do Presidente Lula foi que: Alckmin venceu com 54,78% dos votos, enquanto Lula obteve 40,17%.
Já no segundo turno, a aliança com o PMDB e a campanha conjunta Lula-Maguito também contribuiu para a virada de Lula em Goiás. O Presidente saiu vitorioso com 54,78% dos votos. Geraldo Alckmin, o candidato da direita (PSDB/PFL), teve 45,22% dos votos.
No resultado geral, a esquerda goiana sai fragilizada das eleições. Nem o PCdoB, nem o PSB elegeram deputado federal. O PT consegue manter as duas cadeiras, porém com uma votação muito inferior a da última eleição. Para deputado estadual, o PCdoB perdeu sua representação estadual, o PSB elegeu uma deputada e o PT reduziu sua bancada de quatro para três deputados. O PDT reelegeu a Deputada Izaura Lemos.
O PCdoB de Goiás considerou como prioridade a contribuição de Goiás no enfrentamento da reacionária Cláusula de Barreira, por meio do lançamento da candidatura de Fábio Tokarski a Deputado Federal, que vem realizando um exitoso mandato na Assembléia Legislativa.
Apesar do grande esforço e dedicação, os comunistas goianos não conseguiram sucesso. A candidatura de deputado federal, Fábio Tokarski obteve 30.261 votos, ficando na segunda suplência. Obtivemos ainda 1.815 votos de legenda. No PT, Rubens Otoni foi o mais votado alcançou 87.258 votos, Pedro Wilson obteve 49.949 e Neyde Aparecida, 44.557 votos.
Para deputado estadual nossa coligação elegeu quatro deputados estaduais, três do PT e uma do PSB. O PT elegeu Humberto Aidar, Luís César e Mauro Rubem, que, com 11.544 votos, foi o menos votado. Os candidatos comunistas tiveram a seguinte votação: Lúcia Rincón – 3.294; Ailma Maria – 2.858; Prof. Wilson – 1.401; Prof. Fabrízio – 1.168; Piscão – 445; Gilmar – 416; Carlos Magno – 257; Cleber – 2. O candidato Baloia, de Catalão, teve sua candidatura impugnada e os votos anulados. O total de votos do Partido foi de 9.841 votos, contando com mais 3.505 votos de legenda.
Para o Senado, Aldo Arantes (PCdoB) obteve 115 mil votos. Ney Moura (PMDB) chegou a 500 mil votos. Para a Câmara Federal o PMDB elegeu 5 deputados federais, o PSDB 4, o PP 2, o PTB 2, o PT 2, o PFL 1 e o PL 1. Para a Assembléia Legislativa o PMDB elegeu 10 deputados estaduais, o PSDB 9, o PL 4, o PTB 4, o PP 3, o PT 3, o PFL 2, o PDT 2, o PSB 1 e o PSC 1. Tomado isoladamente, o PMDB faz o maior número de deputados federais e estaduais. Porém a base governista conseguiu eleger um maior número de deputados. O resultado final das eleições em Goiás indica uma vitória expressiva do chamado “tempo novo”.
No segundo turno o Partido realizou aliança com o PMDB, aprovada pelo Diretório Estadual, baseado em uma Carta Compromisso assinada pelo candidato Maguito Vilela. Neste documento o candidato a governador firmava apoio decidido à eleição de Lula, manutenção e ampliação dos programas sociais, ampliação dos recursos para a UEG de 2% para 3%, concurso público para contratação de professores e implementação dos planos de cargos e salários, ênfase na cultura, meio ambiente, aprovação e implementação dos planos de carreira dos servidores públicos, entre outras questões. O PT também apoiou a candidatura de Maguito no segundo turno.
Já o PSB decidiu apoiar a candidatura de Alcides Rodrigues. A aliança com o PMDB não consegue reverter a situação e Alcides Rodrigues (da Coligação PP/PSDB) ganha a eleição para o Governo Estadual com 57,14% de votos e Maguito fica com 42,86%. Sai fortalecida a corrente política liderada pelo ex-governador Marconi Perillo, impondo a derrota ao PMDB, cujo candidato, o Senador Maguito Vilela liderou as pesquisas durante a maior parte do 1º turno. A derrota de Maguito foi motivada, fundamentalmente, pelo “salto alto” dos peemedebistas e pela pressão dos setores conservadores presentes do interior do partido por lançar a chapa “puro sangue”, rejeitando alianças no primeiro turno, em especial com o PT e PCdoB.
Para o Senado, Marconi Perillo (PSDB), após exercer o Governo por mais de 7 anos, elegeu-se com 75% dos votos, e teve papel preponderante na condução da campanha Alckmin em Goiás.
A aproximação com o Presidente Lula no 2º turno e a decisão recente de participação no governo de coalizão, proposto pelo presidente eleito, coloca o PMDB como mais um pólo de articulação da base do Governo Lula em Goiás. PDT e PP também decidiram integrar o Governo de coalizão proposto pelo Presidente Lula.
O PFL sofreu grande derrota, com uma profunda divisão base à cúpula. Elegeu um único Deputado Federal, além de obter uma insignificante votação para governador.
Reflexões sobre a derrota do PCdoB de Goiás
O insucesso nas urnas em 1º de outubro impõe ao PCdoB de Goiás realizar um aprofundado debate sobre as razões das seguidas derrotas acumuladas, pois desde 1998 o partido não elege Deputado Federal; em 2004 perdeu as vagas de vereador em Goiânia, Catalão, Rio Verde, Porteirão e Hidrolina, e agora, perde também a representação na Assembléia Legislativa.
O projeto eleitoral do PCdoB foi discutido pelas instâncias partidárias, tendo sido aprovado na Convenção Estadual Eleitoral de 25 de junho. Sua execução foi realizada pela direção estadual do Partido.
O PCdoB procurou formar, no início de 2006, um movimento para estimular a discussão entre as forças democráticas e progressistas sobre o processo eleitoral e a necessidade de construir amplas alianças para garantir a reeleição do Presidente Lula e o projeto da esquerda e do partido. Assim, inicialmente, colocou o nome de Aldo Arantes à disposição para ser o candidato ao governo estadual, tendo como resultante a construção de uma chapa junto com PT, PSB e PL, a Frente Alternativa, que daria sustentação ao Presidente Lula no Estado. Houve tentativa de composição também com o PMDB. Diante da inviabilidade da aliança com outras forças, a Frente afinal se recompôs com PSB, PT e PCdoB, tendo como candidato a governador Barbosa Neto, do PSB; vice, Valdi Camárcio do PT; e senador, Aldo Arantes, do PCdoB.
A tática eleitoral dos comunistas goianos seguiu a transição ocorrida em nível nacional. Fábio Tokarski foi lançado para a Câmara Federal, decidiu-se pelo lançamento de várias candidaturas a Deputado(a) Estadual, e Aldo Arantes saiu para o Senado. A prioridade era a eleição de Fábio para Deputado Federal. O bom trabalho desenvolvido como Deputado Estadual, aplicando a política do partido no dia-a-dia, contribuiu em muito para dar mais visibilidade, força e estrutura ao partido, ampliou nossa influência em novas áreas. Como político, Fábio vinha se firmando como interlocutor de importantes segmentos sociais goianos. Todavia, estávamos diante de dois problemas: como lançar Fábio para a Câmara Federal sem uma coligação forte e ampla e, ao mesmo, tempo manter a representação na Assembléia.
O crescimento da campanha e a preocupação em contribuirmos para o enfrentamento da cláusula de barreira, somado à orientação da direção nacional de mantermos Fábio como candidato a deputado federal, terminaram levando-nos à conclusão de que deveríamos nos fixar no projeto de eleger um deputado federal e lutar para manter a cadeira de deputado estadual. Naquela época, pesquisas de opinião mostravam que o nosso candidato a federal estava bem situado.
O impacto em Goiás da crise nacional, principalmente na reta final de campanha do primeiro turno com, a denúncia da compra do “dossiê” da venda de ambulâncias foi grande. A repercussão negativa da crise no governo federal se deu de forma acentuada, em especial nos setores médios, e determinou uma queda de 37% dos votos do PCdoB nas capitais em todo o País. Em Goiânia, no primeiro turno, havia um clima de hostilidade contra a campanha do Lula e do PT, refletindo negativamente na votação da esquerda e do PCdoB na cidade. Os principais candidatos da esquerda em Goiânia, somados, receberam pouco mais de 80 mil votos.
Apesar do grande esforço do PCdoB para conseguir uma aliança mais ampla no primeiro turno, a coligação que se realizou não foi a ideal para o êxito dos nossos objetivos.
Um fator surpresa e diferente do que supúnhamos, foi o nível elevado dos gastos com as campanhas. Com a nova legislação, imaginávamos que a campanha seria mais barata, pois foram proibidos shows, camisetas, outdoors. Mas o que se viu é que foram mais caras, mais frias, e com uma “novidade”: além da compra de votos desencadeou-se uma verdadeira compra de lideranças, nunca vista antes. Em Goiás, Estado com o 8º PIB do país, ocorreu a 3ª campanha mais cara para Governador, a de Alcides Rodrigues, conforme divulgado na grande mídia.
Já para deputado federal, dentre os 513 eleitos, dos 20 que mais gastaram no Brasil, 3 são de Goiás, o que indica a ocorrência de outras campanhas endinheiradas.
Outro aspecto marcante na vida do partido nos últimos sete anos foi a participação no governo Marconi. Esta decisão política assumida pelo Partido de Goiás em dezembro de 1998 e mantida até abril de 2006, carece de uma análise aprofundada das perdas e ganhos desta posição. Num primeiro momento nos remete a tentar responder algumas perguntas.
Qual foi o impacto, nas áreas de influência do Partido, da aliança do PCdoB com um governador do PSDB? Essa foi uma aliança complexa, em que o partido considerava que Marconi, tendo uma postura de centro, teria como executar políticas públicas de interesse popular. E isso, em certa medida, ocorreu, com a criação da UEG, o apoio à aprovação da Lei de Incentivo à Cultura, a criação da Fundação de Apoio à Pesquisa.
Em 2002, o partido decidiu deixar o Governo, e fizemos coligação com o PT na disputa para o Governo Estadual. Em 2003, guiado pelo reconhecimento de uma posição inicial do Governador Marconi em acenar para uma postura mais democrática e de bom relacionamento com o governo Lula, o PCdoB decidiu voltar a participar do seu 2º governo.
Hoje, é preciso refletir: ao longo dos anos, o PCdoB procurou analisar como estas intenções de Marconi estavam se concretizando? Hoje, qual a nossa opinião sobre os avanços para o crescimento do Partido, de sua influência política e de suas lideranças, provenientes da participação no governo de Marconi? E por fim, qual foi o impacto da alteração da nossa aliança, com a tentativa de aproximação do PMDB, em função da disputa presidencial, ainda no 1º turno, para parte do eleitorado goiano?
Outro fator, talvez o mais importante entre os fatores dificultadores para um resultado exitoso do nosso projeto, é a situação de fragilidade do Partido em Goiás. Segundo Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do partido, no documento “Ajustar as linhas de estruturação partidária à realidade política, com base na avaliação política dos resultados de 2006”, de 29.11.2006, o êxito ou insucesso dos objetivos perseguidos reside na força partidária dos Estados, manifestada por sua maior ou menor capacitação política e mobilização militante. Além disto, segundo o documento, esta força se expressa no grau, na qualidade e no caráter da ligação dos/as comunistas e de seus(uas) candidatos/as com a massa popular.
O deslocamento da base social da campanha Lula das classes médias para as camadas populares, associado ao já constatado distanciamento do Partido dessas camadas de trabalhadores de baixa renda, prejudicou a nossa votação, historicamente centrada nos setores médios. Este eleitorado, que deve ser cultivado e preservado pelo Partido, não oferece, entretanto, condição de uma estruturação de bases eleitorais sólidas e amplas. Parcelas do voto de opinião, centrado muitas vezes em situações conjunturais, é susceptível de alterações, como a vida mostrou.
Posto isso, quanto à construção do projeto eleitoral, houve por parte da direção uma insuficiência na aferição da força eleitoral partidária e na análise do nível da disputa.
Ademais, a demora para a definição do projeto foi altamente prejudicial à possibilidade de sucesso. Só definimos o lançamento da candidatura de Fábio para Deputado Federal em maio desse ano, que nos colocou, de saída, numa situação desfavorável quanto aos nossos concorrentes, que já vinham viabilizando política e estruturalmente suas campanhas.
A presença de lideranças partidárias em órgãos federais e estaduais pouco contribuiu para o nosso projeto eleitoral. O partido ainda não sabe utilizar os espaços políticos e sociais conquistados.
Em Goiás, a pouca ligação com as massas, a luta interna, a perda de inúmeros quadros, a não eleição de deputado federal em 1998 e 2002, a não eleição de vereadores em Goiânia, e em outros municípios importantes, e graves problemas na estruturação material do Partido, levaram a uma baixa construção orgânica pela base. É bem verdade que nos últimos tempos conseguimos um razoável quadro de unidade partidária e alguns avanços, sobretudo na área estudantil. Todavia, o quadro geral do partido ainda era muito débil para uma disputa de tamanha envergadura como se mostrou. Esta situação refletiu também na condução do projeto eleitoral pela Comissão Política do CE. O fato de cinco dos candidato/as serem da Comissão Política, entre eles o Presidente do Partido, resultou em um acúmulo de tarefas e responsabilidades para poucos quadros.
Estas são algumas das razões que compõem a explicação do porque da derrota eleitoral sofrida.
Diante do resultado obtido, cabem questionamentos, na busca de extrair ensinamentos da batalha recém-terminada. A realidade existente, consubstanciada na aliança construída e na força real do partido, suas potencialidades e fragilidades, recomendava um projeto mais prudente, como o de manter a cadeira de Deputado Estadual com Fábio Tokarski? Ou indicava para um projeto mais ousado, o de buscar reconquistar a vaga de Deputado Federal para o PCdoB de Goiás? Será que ao não levarmos em conta, na devida medida, a situação que nos encontrávamos assumindo uma tarefa acima de nossas forças, não acabamos aprovando um projeto de caráter voluntarista?
Perspectivas
1. Mesmo com a derrota, o partido continua com razoável capital político e social em Goiás. È promissora a situação de unidade interna. O PCdoB possui quadros experimentados, com larga trajetória de lutas, que conquistaram respeitabilidade e credibilidade em diversos setores sociais, o que possibilita, com uma orientação política e organizativa justa e adequada, uma retomada de posições no cenário goiano.
2. Prosseguir e incrementar a luta por uma Reforma Política pluralista, em defesa da democracia e da liberdade de organização partidária, denunciando a tentativa das forças conservadoras de reintroduzir cláusulas de barreira e outras restrições à liberdade, luta essa a ser travada junto ao judiciário, ao Congresso, partidos políticos, movimentos sociais e à opinião pública.
3. Avançar na formulação da tática eleitoral, lançando candidatos majoritários onde houver condições políticas e construir desde já o projeto eleitoral de 2008. Considerar as necessidades e possibilidades de chapas próprias de candidatos a vereador, compostas pelas principais lideranças políticas e de massas do partido. Dentro deste projeto atenção especial deverá ser dada a Goiânia e às principais cidades do Estado.
4. O Partido deverá fazer esforços no sentido de construir e consolidar a frente de centro-esquerda no Estado, envolvendo a participação do PT, PSB, PDT, PMDB, PV e outras forças em torno de um Projeto de Desenvolvimento de Goiás e do Centro Oeste, em articulação com o Projeto Nacional de Desenvolvimento democrático, popular e de afirmação da soberania nacional.
5. O Partido deve buscar a conquista de participação em órgãos federais, em Brasília e no Estado, buscando reforçar sua presença político-administrativa no cenário goiano.
6. O partido deverá colocar como tarefa central o debate sobre os caminhos para vincular-se, de maneira intensa, profunda e permanente ao movimento social e de massas, com a definição de estratégias que nos permitirão reconquistar espaços nas frentes de luta. A construção do partido entre o proletariado urbano e rural e as amplas camadas de população de baixa renda deve ter atenção prioritária.
7. Prioridade especial deve ser dada à estruturação orgânica do partido, buscando a consolidação das bases partidárias e dos comitês municipais. Essa tarefa pressupõe a realização de permanente filiação em larga escala e a manutenção de cotidiano trabalho de formação política e ideológica, principalmente nas cidades e setores sociais prioritárias. É preciso investir decisivamente na área de Comunicação e Propaganda.
8. Atenção especial deve ser dada à questão da estruturação material e financeira do partido. A contribuição estatutária dos militantes (SINCOM), hoje em níveis irrisórios em Goiás, precisa sofrer radical aumento, envolvendo massivamente a militância. As atividades de sustentação material do partido devem ser amplas, procurando o apoio de amigos e simpatizantes.
9. Promover, de imediato a reestruturação da direção partidária estadual, conforme as necessidades e possibilidade atuais, levando-se em conta a realização da Conferência Estadual em junho de 2007, que elegerá o novo Comitê Estadual.
Goiânia, 13 de Dezembro de 2006.
A Comissão Política Estadual do PCdoB de Goiás