Servidores de Alagoas fazem greve geral contra governo tucano

Mais de 3 mil funcionários públicos estaduais ocuparam a Secretaria da Fazenda (Sefaz) em Maceió (AL), para exigir a revogação do decreto assinado pelo governador Teotônio Vilela (PSDB), que suspende o reajuste salarial dos servidores. Nesta quinta-feira

A greve foi decretada pelos sindicatos na segunda-feira. Os servidores pretendem manter a ocupação até que o governador atenda às reivindicações – que incluem também melhorias no atendimento público. A mobilização conta com o apoio de estudantes, dos movimentos sociais urbanos e do campo, além da CUT.


 


Teotônio também suspendeu as contratações de pessoal e ainda não decidiu quando vai pagar os prestadores de serviço da saúde e da educação, com três meses de salários atrasados. A redução dos salários foi adotada para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que fixa um teto para os gastos com o funcionalismo.


 


Dos governos que tomaram posse em 1º de janeiro, o de Alagoas foi o primeiro a enfrentar uma greve geral. Os policiais civis iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado, enquanto e professores, servidores da saúde e outras categorias fazem “operação tartaruga”. A Polícia Civil transferiu os detentos que estavam em delegacias para o presídio. Os agentes iniciaram a greve na noite de terça-feira.


 


Segundo a Secretaria estadual de Saúde, a rede pública ainda não está totalmente paralisada, embora funcionários de um hospital de emergência tenham deixado o trabalho durante a troca de turno.


 


PM aquartelada
O comandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército, Asdrúbal Rocha Saraiva, disse que recebeu ordens de manter o efetivo de prontidão no quartel. Os PMs ameaçam se aquartelar se o governo mantiver o corte no reajuste dos soldos. José Carlos Fernandes, diretor do Sindicato dos Policiais Civis, disse que a paralisação atinge cerca de dois mil agentes.


 


Já o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Benedito Alexandre, pediu à população para ir aos hospitais somente em caso de urgência. “Enquanto o governo não respeitar as nossas conquistas salariais, o atendimento estará suspenso”, disse.


 


O governador se reuniu com o presidente Lula em Brasília para discutir nova forma de pagar a dívida do estado com a União, de R$ 5,8 bilhões. Atualmente, 15% da receita do estado ficam retidos pelo governo federal, como pagamento da dívida. Teotônio quer reduzir o percentual para 11%. A Procuradoria Geral do Estado já fala em demitir 5 mil servidores para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.


 


O procurador-geral do estado, Mário Jorge Uchoa, afirmou que o governo herdou uma dívida de R$ 430 milhões, dos quais R$ 130 milhões se referem à folha de dezembro e R$ 300 milhões de credores. A folha do estado, que arrecada R$ 100 milhões, é de R$ 130 milhões.