Cúpula do Mercosul: CUT pede mais espaço para trabalhadores
Na primeira intervenção dos movimentos sociais na história da Cúpula do Mercosul, o presidente da CUT, Artur Henrique, defendeu participação dos trabalhadores nas decisões do bloco. Confira reportagem do Portal do Mundo do Trabalho.
Publicado 19/01/2007 21:55
Em discurso proferido na abertura do segundo dia da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, defendeu que a valorização dos trabalhadores e de seus direitos deve ocupar posição central na elaboração das estratégias do bloco.
“O Mercosul deve ir para além do comércio e incluir a dimensão social, cultural, e o livre trânsito dos trabalhadores e trabalhadoras de nosso continente e de suas idéias e ideais”, afirmou Artur. “É preciso abrir espaço para os movimentos sociais participarem das decisões.”
Foi a primeira vez que os movimentos sindical e social participam da cúpula. O presidente cutista foi indicado pelas demais entidades a representá-las no encontro. Ao final do discurso, acompanhado pelos 11 presidentes do bloco e ministros de diversas pastas, Artur entregou aos representantes nacionais documento elaborado pelos movimentos.
“Nossa participação é um marco significativo que sinaliza as mudanças políticas em curso no continente. As experiências brasileiras e de nossos vizinhos estão deixando para trás um ciclo de neoliberalismo e de submissão total aos interesses do Hemisfério Norte”, disse Artur.
E o sindicalista cobrou mais. Segundo Artur, é preciso que essa participação vá além de algo “simbólico” e se transforme “no início de uma intervenção efetiva do movimento sindical na elaboração das políticas do bloco”.
Para isso, diz ele, “é preciso aproveitar nossa aproximação com as centrais do continente e construir nosso espaço de influência no bloco”. A participação dos movimentos sociais ocorre durante o período em que o Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul.