Cúpula do Mercosul: CUT pede mais espaço para trabalhadores

Na primeira intervenção dos movimentos sociais na história da Cúpula do Mercosul, o presidente da CUT, Artur Henrique, defendeu participação dos trabalhadores nas decisões do bloco. Confira reportagem do Portal do Mundo do Trabalho.

Em discurso proferido na abertura do segundo dia da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, defendeu que a valorização dos trabalhadores e de seus direitos deve ocupar posição central na elaboração das estratégias do bloco.


 


“O Mercosul deve ir para além do comércio e incluir a dimensão social, cultural, e o livre trânsito dos trabalhadores e trabalhadoras de nosso continente e de suas idéias e ideais”, afirmou Artur. “É preciso abrir espaço para os movimentos sociais participarem das decisões.”


 


Foi a primeira vez que os movimentos sindical e social participam da cúpula. O presidente cutista foi indicado pelas demais entidades a representá-las no encontro. Ao final do discurso, acompanhado pelos 11 presidentes do bloco e ministros de diversas pastas, Artur entregou aos representantes nacionais documento elaborado pelos movimentos.


 


“Nossa participação é um marco significativo que sinaliza as mudanças políticas em curso no continente. As experiências brasileiras e de nossos vizinhos estão deixando para trás um ciclo de neoliberalismo e de submissão total aos interesses do Hemisfério Norte”, disse Artur.


 


E o sindicalista cobrou mais. Segundo Artur, é preciso que essa participação vá além de algo “simbólico” e se transforme “no início de uma intervenção efetiva do movimento sindical na elaboração das políticas do bloco”.


 


Para isso, diz ele, “é preciso aproveitar nossa aproximação com as centrais do continente e construir nosso espaço de influência no bloco”. A participação dos movimentos sociais ocorre durante o período em que o Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul.