Al Fatá e Hamas têm encontro “frutífero”; priorizarão fim da violência
Mahmud Abbas, presidente palestino e líder da organização Al fatá, e Khaled Meshaal, dirigente do Hamas, concordaram em fazer do fim da violência entre as facções palestinas a sua prioridade, e prosseguir as conversações visando a formação de um governo d
Publicado 22/01/2007 18:20
O presidente disse: “Entramos em acordo que a primeira prioridade é que não haja derramamento de sangue palestino. Continuaremos as nossas reuniões e o diálogo, no futuro próximo, para chegar a um acordo que encerre o assédio ao povo palestino”, agregou.
Uma declaração lida para os jornalistas afirma que as conversações sobre o governo de unidade prosseguirão dentro de duas semanas.
Tensões, mas diálogo
As tensões entre as duas organizações, que já custaram várias vidas, eclodiram na faixa de Gaza, no mês passado, onde 30 pessoas morreram.
Meshaal, que se deslocou da Síria para a Jordânia após uma tentativa israelense de assassiná-lo, em 1997, manifestou “prazer” com o encontro, que descreveu durante a coletiva conjunta como tendo sido “de grande significado”. Ele disse ter havido “pontos de discordância entre nós, mas vamos superá-los através do diálogo”.
Zeina Khodr, correspondente em damasco da TV árabe Al Jazira, comenta: “Wavia muito de linguagem diplomática mas, como se esperava, não um rompimento dos pontos de contenção”. E agrega que durante a coletiva de imprensa “eles nem mesmo entraram em detalhes relativos ao governo de unidade nacional. Sinal de que não havia muita coisa concluída.”
Hanyia: “90% está resolvido”
O encontro, inicialmente marcado para sábado, foi adiado depois que as duas partes não conseguiram aparar divergências sobre um novo governo e como tratar as pressões ocidentais. No domingo, o vice-presidente da Síria, Farouq al-Shara, manteve contatos em separado com Abbas e Meshaal, em um esforço para reunir os dois.
Quadros do Hamas disseram que Abbas e Meshaal discutiriam como processar a indicação dos ministros do Interior, Finanças e Relações Exteriores em um governo de unidade.
Ismail Haniya, o primeiro ministro palestino (do Hamas) comentou para repórteres no domingo em Gaza: “Noventa por cento das questões já têm acordo. Os temas remanescentes incluem aqueles relativos à agenda política e aos ministérios-chave.”
“Com um diálogo mais focado e compreensivo, seremos capazes de chegar a entendimentos conclusivos que prepararão o terreno para a formação de um governo de unidade nacional”, agregou.
Al Fatá e Hamas tentam há meses um entendimento sobre o governo de unidade, na esperança de por fim ao bloqueio por parte dos EUA e da União Européia, e contrapor uma frente única face a Israel. Washington e Bruxelas (cidade-sede da União Européia) consideram o Hamas como um grupo terrorista e suspenderam a ajuda financeira direta aos palestinos, alegando a recusa do movimento a renunciar à violência e reconhecer Israel.