China iguala EUA e ex-URSS no campo dos mísseis balísticos espaciais
No ano em que se comemora os 50 anos do lançamento do primeiro satélite artificial na história da humanidade – o Sputnik, da então União Soviética em 4 de outubro de 1957 – a República Popular da China consegue lançar um míssil terra-ar que atingiu com êx
Publicado 24/01/2007 12:20
O porta-voz do Governo chinês confirmou ontem que a China deu prosseguimento com sucesso ao programa de lançamento de um míssil balístico anti-satélite, destacando entretanto que esta façanha não constitui ameaça de qualquer espécie e que não havia planos de lançamento de outro projétil do mesmo tipo. “O que deve ser destacado é que a China reafirma sua disposição de uma utilização pacífica do espaço”, declarou o porta-voz Liu Jianchao, do Ministério de Relações Exteriores da China.
Jianchao fez questão de revelar aos jornalistas em Pequim, que o Governo da China avisou previamente os Estados Unidos e o Japão que iriam realizar esse teste, confirmando assim a informação publicada no semanário Aviation Week e confirmada pelo Departamento de Estado norte-americano de que o lançamento do míssil terra-ar havia sido um sucesso. A colisão se deu a quase 800 km, no último dia 11 de janeiro e fez da China o terceiro país do mundo, após os EUA e a União Soviética, a abater um objeto no espaço. O último lançamento conhecido desta magnitude remonta a 1985 e foi realizado pelos EUA, que em seguida renunciou a este tipo de teste, pois já havia atingido o nível necessário para o domínio da tecnologia.
Hoje em dia, as principais aplicações dos instrumentos espaciais se concentram nas atividades de reconhecimento (observação e escuta), de telecomunicações, de navegação e de localização. São estes elementos essenciais da matriz da informação, elemento estratégico fundamental nas definições das grandes potências. Além disso, o espaço oferece um ambiente extraordinário para experiências científicas, particularmente no campo da física, para que se possa desvendar nosso conhecimento do universo.