China cresce 10,7% em 2006 e deve virar 3º maior PIB do mundo

O PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas em um país) da China registrou um crescimento de 10,7% em 2006. Foi o maior índice chinês desde 1995 – quando a expansão foi de 10,9% -, segundo resultado preliminar divulgado nesta quinta

O PIB chinês ficou em 20,9 trilhões de yuans (US$ 2,69 trilhões), o que deixou a China mais perto de superar a Alemanha como terceira maior economia mundial, Osa alemães acumularam 2,3 trilhões de euros (US$ 2,98 trilhões) no ano passado – mas com uma taxa de crescimento (2,5%) muito inferior à chinesa.


 


Em 2007, o crescimento econômico chinês deverá ser “rápido e estável”, disse o comissário do departamento do governo, Xie Fuzhan. Segundo ele, os investimentos no setor imobiliário e em outros dispararam, mas a demanda doméstica ainda cresce em ritmo mais lento.


 


“Problemas extraordinários ainda existem, como a relação irracional entre investimentos e consumo, desequilíbrio de pagamentos e liquidez excessiva no sistema bancário”, disse Fuzhan. O governo chinês se vê diante do problema de ter de conter o superaquecimento da economia através de controles que podem ter o efeito colateral de inibir o crescimento do consumo doméstico – como aumentos na taxa de juros.


 


Medidas
No ano passado, o Banco Popular da China (banco central do país) elevou sua taxa de juros duas vezes – em abril e em agosto – em 0,27 ponto percentual em ambas as ocasiões, a fim de “conter a demanda por empréstimos de longo prazo e a expansão muito rápida de investimentos em ativos fixos”, segundo comunicado.


 


A taxa do banco hoje está em 6,12%. Fuzhan disse que os esforços do governo chinês tanto para tentar estimular o consumo doméstico como para conter os investimentos ainda não produziram resultados significativos.


 


Os investimentos no setor imobiliário cresceram 21,8% no ano passado (0,9 ponto percentual acima do registrado em 2005). As vendas no varejo, por sua vez, cresceram 13,7%, pouco acima do observado um ano antes – mas muito abaixo ainda do ritmo de investimentos.


 


Alemanha
Na Alemanha, o crescimento econômico de 2,5% foi o maior resultado desde 2000, quando o PIB avançou 3,5%. Segundo o Destatis (o Escritório Federal de Estatísticas do país), o bom desempenho alemão se deveu ao aumento da demanda doméstica e na criação de empregos e nos gastos das empresas.


 


A realização no país da Copa do Mundo, que ajudou a aumentar as receitas do setor de turismo – e os incentivos fiscais foram outros fatores que ajudaram a impulsionar a economia alemã, disse o Destatis em um comunicado.


 


Na opinião de analistas, 2006 foi também o ano em que a economia alemã deixou de depender apenas das exportações para obter crescimento econômico e passou a contar com um mercado interno em crescimento.


 


2007
O escritório não ofereceu previsões de crescimento para este ano, mas a expectativa é de que o dado pode não conseguir se repetir devido ao cenário de uma possível desaceleração econômica nos EUA e de alta do euro, o que pode afetar as exportações.


 


Além disso, o BCE (Banco Central Europeu) pode elevar mais as taxas de juros da zona do euro devido ao crescimento no bloco econômico europeu, a fim de conter pressões inflacionárias. As expectativas de aumentos expressivos nas exportações para países asiáticos, em particular a China, no entanto, são positivas.


 


O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê um crescimento de 1,5% na economia da Alemanha neste ano. O ministro da Economia da Alemanha, Michael Glos, disse que o crescimento registrado em 2006 é um sinal animador para este ano. “Os números são impressionantes – 2006 foi um ano de sucesso para a Alemanha”, disse Glos.