França manifesta interesse em investir no PAC
A AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento) vai se instalar no Brasil a partir do segundo semestre para financiar projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciou nesta sexta-feira (2/2) a ministra de Comércio Exterior da França, Christin
Publicado 03/02/2007 16:36
Segundo Lagarde, os interesses do governo e do setor privado francês são nos projetos de infra-estrutura, principalmente energia e transporte, áreas em que as empresas Areva e Auston atuam.
A Areva é a maior consultora de energia nuclear do mundo e acaba de adquirir duas centrais nucleares na China. A empresa quer retomar a construção da usina de Angra 3. “A França é o quarto investidor no Brasil, e as empresas francesas talvez sejam as mais interessadas no momento em atender ao PAC em infra-estrutura e energia”, disse Lagarde. Neste sábado, ela e executivos da Areva visitam as instalações de Angra 1 e Angra 2 .
A AFD oferece financiamento a países em desenvolvimento emergentes, mas tem menos recursos do que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Bird (Banco Mundial). No ano passado os negócios da agência somaram 2,7 bilhões. O governo francês, porém, afirma que oferece como “vantagem comparativa mais flexibilidade, facilidade para obtenção de garantias e a não-exigência de contrapartidas para alguns projetos”. Ou seja, o governo ou as empresas brasileiras não teriam de arcar com 50% do financiamento dos projetos, como exigem o BID e o Banco Mundial.
Três níveis
Outras áreas de interesse citadas pela ministra francesa foram transporte urbano, setor bancário e energias renováveis. De acordo com Lagarde, a AFD vai trabalhar com os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) e quer priorizar projetos com ênfase na luta contra o aquecimento global, na preservação da biodiversidade e no combate a doenças transmissíveis.
“Ainda existe um debate em andamento no governo sobre a retomada de Angra 3, que está prevista no PAC, mas ainda não há um estudo final sobre isso nem data fixada, mas não deve demorar”, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Além de Bernardo, Lagarde se reuniu com os ministros de Minas e Energia, Silas Roundeau, da Casa Civil, Dilma Rousseff, com o chanceler Celso Amorim e com o secretário-geral da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugnaini.