Encontro com militantes do interior reforça ação do PCdoB em SP

O PCdoB paulista realizou, no último sábado (10/02), um encontro com militantes do interior e da Grande São Paulo que participam das direções locais, vereadores e membros de administrações municipais para uma avaliação do quadro político e das diretrizes iniciais para o projeto 2007/2008. Participaram do evento cerca de 100 pessoas de 34 cidades de todas as regiões do estado.

A presidente estadual do partido, Nádia Campeão, iniciou o debate indicando os principais acontecimentos políticos recentes, a posição do PCdoB diante do novo governo Lula, a formação do novo bloco de esquerda no parlamento e na composição dos partidos da base de apoio ao governo federal, suas conseqüências imediatas para São Paulo, a nova relação com o PT, a necessidade da elaboração dos planos municipais para as eleições de 2008 e a necessidade do fortalecimento do partido em todo estado.

Bloco de Esquerda

O partido inaugura uma nova fase política em que a condição de disputa no estado de São Paulo continua polarizada entre dois campos: o PSDB e o PT. O governo estadual indica um discurso “desenvolvimentista”, mas tem como base o campo conservador e é sustentado pelo forte poder econômico paulista. Os petistas não devem confrontar o governo estadual neste início de mandato em decorrência dos acordos firmados para a eleição da Câmara Federal, como retribuição do apoio de José Serra ao candidato Arlindo Chinaglia (PT/SP).

A disputa da Câmara Federal propiciou a formação do Bloco de Esquerda, composto pelo PCdoB, PSB e PDT (além de PMN, PHS e PAN), com um programa de ação conjunta no parlamento e na sociedade. O novo bloco faz parte da base de sustentação do governo Lula e travará a luta política pelo êxito de um projeto avançado que atenda as reivindicações populares. O resultado da eleição da Câmara Federal foi considerado um importante êxito, principalmente porque a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB/SP) demarcou campo com idéias e posições diante dos novos desafios para o país. Não faltaram críticas à maneira como os petistas trataram a disputa, utilizando métodos que lembraram as ações anteriores que pôs em risco o governo Lula. No entendimento inicial, o PT fez sua flexão à direita na coalizão governistas, se aliando a partidos e deputados conservadores.  

Em São Paulo, nossa relação com o PT será baseada na boa convivência, nas parcerias nos movimentos populares, sindicais e institucionais. Contudo, o partido fará um esforço para obter maior visibilidade e apresentará, de maneira mais clara e objetiva, as opiniões dos comunistas. A orientação é buscar ampliar as relações políticas com outros partidos, sobretudo os que compõem o Bloco de Esquerda e iniciar um amplo debate nas fileiras partidárias sobre as eleições municipais.

O PCdoB construirá candidaturas próprias ao executivo e terá maior número de candidatos a vereador compondo chapa própria ou coligações factíveis ao êxito de alcançar novas e mais cadeiras nos legislativos municipais. Outra importante indicação é que não haverá “aliados preferenciais” ou “campo prioritário”, como tratávamos a relação com o PT nas eleições anteriores. O partido buscará relações mais abertas com outros partidos, inclusive esperando o apoio dos petistas e demais forças políticas às candidaturas municipais do PCdoB.

Para Nádia Campeão, o encontro foi substancial e recoloca algumas orientações imediatas para a militância estadual. O cronograma de debates será realizado com a próxima reunião da Comissão Política Estadual, marcada para dias 22 e 23/02; a reunião do Comitê Estadual marcada para os dias 17 e 18/03 e o Encontro Estadual do Partido programado para o dia 28 de abril (a ser aprovado pela direção estadual).

Novas lideranças se filiam ao  PCdoB

Com esta iniciativa, o PCdoB buscará mais lideranças políticas dispostas a se filiarem no para fortalecer suas posições no estado. O resultado inicial da linha política adotada rendeu os primeiros ingressos ao partido. Houve três novas filiações de vereadores e duas lideranças locais.

Em Itapevi, filiou-se o vereador Akdenis, importante liderança da comunidade árabe ligado ao esporte, colocando o partido como alternativa popular para a disputa para prefeito. Em Francisco Morato, filiou-se o ex-vereador Cinar, que já havia participado da última campanha de Aldo Rebelo. Em Jundiaí filiou-se Nereu, importante liderança local. Estas cidades fazem parte da Grande São Paulo e juntas somam quase um milhão de habitantes.

No interior, filiaram-se ao partido os vereadores Luis Carlos Cicuto, de Trabiju, ligado aos movimentos populares da cidade, e Edcarlos Clatis, de Sagres, ligado aos trabalhadores rurais do interior.