Presidente da Oclae visita acampamento no terreno da UNE

O presidente da Oclae (Organização Continental Latino-Americana dos Estudantes), Luis Arza Valdés, visita neste sábado (17) o acampamento da UNE que luta para retomar o terreno da sede histórica da entidade, na Praia do Flamengo, Rio de Janeiro. Luis Arza

Valdés valoriza grandemente a retomada do terreno da UNE, tanto que incluiu-a na agenda de sua primeira visita internacional – ele foi eleito no mês passado, quando o 7º Congresso da Oclae renovou a sua direção. Ele visitou a redação do Vermelho em São Paulo antes de partir para o Rio.



Como funciona a Oclae



A entidade continental funciona com um Secretariado Executivo permanente sediado em Havana e com três membros: Valdés, o brasileiro Luciano Resende, da ANPG, e o nicaraguense Victor Hugo, da UNEN. Há também um Secretariado Geral composto por líderes estudantis radicados em seus respectivos países (na composição eleita pelo 7º Congresso eles são México, Porto Rico, Haiti, Guatemala, Uruguai, Equador, Colômbia, Brasil, Argentina e Venezuela).



A Oclae possui parcerias com a Unesco (órgão da ONU dedicada à educação) e compõe a coordenação do Fórum Social Mundial (FSM). Conforme Valdés, a Organização marcha para o seu 41º aniversário e sua plataforma destaca “a luta total contra o imperialismo”, além da representação dos interesses estudantis no âmbito da educação e de desenvolver atividades nos campos da cultura, ciências, esportes.



O trabalho da Oclae inclui o contato direto com as lutas estudantis, como é o caso da retomada do terreno da UNE. No ano passado, a Organização foi ao Chile para conhecer e manifestar solidariedade à “revolução dos pinguins”, sublevação secundarista contra uma reforma educacional conservadora (o apelido vem do uniforme dos alunos da rede pública chilena, que lembra um pinguim”. “Conversamos muito. Foi tudo muito espontâneo, agora é a hora da organização”, comenta o dirigente cubano.



Bush “será recebido como merece”



Valdés manifesta entusiasmo com os desenvolvimentos recentes na América Latina, para ele “um processo transcendental”, que “marca uma mudança de época”. E opina também sobre a visita que o presidente dos EUA, George W. Bush, fará ao Brasil e outros países latino-americanos em março.



“Bush realiza esta turnê com um objetivo bem delimitado: evitar os processos de integração latino-americana, usando de tudo para isso, seja a chantagem, seja a força. O movimento estudantil, junto com os povos, vai recebê-lo como ele merece, mobilizando-se contra a presença de uma persona non grata.