Por 162 a 157, Prodi continua no governo italiano

O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, obteve nesta quarta-feira o voto de confiança do Senado, que lhe permitirá permanecer à frente do governo. Foram 162 senadores que lhe deram o voto, contra 157 que o recusaram. Ele teria obtido a maioria mesm

Um segundo voto de confiança deve ser obtido sexta-feira, na Câmara dos Deputados, onde Prodi dispõe de uma confortável maioria. Os deputados devem com certeza confirmá-lo à frente do 61º governo italiano desde o fim da 2ª Guerra Mundial.


 


''Estou muito satisfeito. Agora iremos à Câmara Baixa'', declarou o governante à imprensa. Dirigente de centro-esquerda, no poder há nove meses, Prodi demitiu-se na semana passada, na sequência de uma divergência entre os membros de sua coalizão, sobre política externa.


 


Mas ele foi reconduzido no sábado pelo presidente Giorgio Napolitano, que lhe pediu para submeter seu governo a um voto de confiança das duas Casas do Parlamento.



Apoio popular frágil



O medo de ver Silvio Berlusconi de volta ao poder, à frente de um governo conservador, incitou os ''rebeldes'' a cerrar fileiras em torno de Prodi. Mas conforme uma pesquisa recente apenas quatro italianos em dez desejariam a manutenção do ''professore'' no governo. A maior parte dos entrevistados preferiria um governo de técnicos, ou eleições antecipadas.



A pesquisa foi feita pelo Corriere della Sera; 39% não dão ao governo Prodi mais de um ou dois meses de sobrevida; 22% concedem-lhe de um a dois anos, sem que ele chegue portanto ao fim do seu mandato de cinco anos.



Numerosos analistas julgam que Prodi permanecerá vulnerável às querelas no seio de sua coalizão, dividida em torno de temas tão diferentes como a presença italiana no Afeganistão, a reforma previdenciária ou o reconhecimento dos direitos dos casaia homossexuais.



O dirigente de centro-esquerda levou os nove partidos da coalizão a assinar um programa não negociável de 12 pontos, que lhe concede a última palavra em caso de conflito. O documento faz referência aos compromissos internacionais da Itália, em especial a presença de tropas italianas no Afeganistão, que provocou a divisão da semana passada. O controvertido projeto que concede direitos aos ''casais de fato'', não casados oficialmente, não é citado.