Movimento indigenista desmente “Jornal do Brasil”

A violência e a mentira têm sido as armas usadas freqüentemente contra os indígenas e a população por políticos e empresários de Roraima. Nos últimos 25 anos, mais de 20 indígenas do estado foram assassinados e nenhum dos autores e mandantes de ta

As acusações são feitas pelo Conselho Inidigenista Missionário (Cimi), que acrescentou às denúncias, o fato dos indígenas e a opinião pública serem bombardeados ''por informações falsas, tendenciosas e preconceituosas – como as publicadas em uma série de reportagens veiculadas na última semana de fevereiro pelo Jornal do Brasil“.


 


Tal como ocorreu em outras ocasiões, quando a questão indígena em Roraima esteve em destaque na imprensa nacional, os alvos dessa guerra de contra-informação são indígenas, missionários, ONG´s, Fundação Nacional do Índio e outros aliados dos indígenas.



O Cimi diz que é falsa e tendenciosa, por exemplo, a informação de que “o governo vai entregar mais um pedaço do Brasil para as tribos indígenas” (JB, 25/02/07, pág.02 – País). ''A inverdade consiste no fato de que o Governo não está entregando nada aos indígenas. Está, sim, atendendo a determinação constitucional de demarcar, proteger e fazer respeitar todos os bens das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, segundo os preceitos do artigo 231 da Constituição Federal''.



As terras são da União, destinadas à posse permanente dos índios. O ato da demarcação, atendendo a esse dispositivo, é a confirmação do reconhecimento pelo Estado Brasileiro ao direito dos indígenas muito antes da formação do estado nacional.



O JOB também é acusado de preconceituoso. ''Os indígenas são apresentados como “brabos” (JB, 25/02/07, Editorial-País), indolentes ou “guerrilheiros”. Pior ainda é que a reportagem reproduz o discurso de conhecidas lideranças políticas de Roraima, que constantemente ocupam as páginas dos jornais para difamar qualquer pessoa ou instituição aliada às organizações e comunidades indígenas.



''Chega a ser um preconceito e ignorância brutal a suposição de que os indígenas não queiram, nem devam saber quais são e para qual finalidade existem órgãos governamentais, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)'', diz o documento de repúdio publicado pela entidade indigenista.



Repulsa



No texto, o Cimi diz ainda que ''é lamentável e digno de repúdio o comportamento de meios de comunicação que perseguem a ética do capital em detrimento da ética profissional, que se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação. Ainda mais quando se prestam ao serviço de manipular a opinião pública nacional com mentiras''.



Ao mesmo tempo em que refirma o papel fundamental da imprensa na consolidação da democracia no Brasil, ''atuando de forma vigilante quanto aos interesses nacionais, acompanhando de perto os passos dos administradores públicos, revelando fatos obscuros que atentam contra o patrimônio do povo brasileiro e, na maioria das vezes, servindo de porta voz de todos os cidadãos e cidadãs'', o Cimi lembra que a sociedade brasileira espera mais dos meios de comunicação.



''Por isso mesmo toda e qualquer forma de manipulação das informações, divulgação de fatos notadamente tendenciosos e preconceituosos receberá sempre o repúdio da sociedade, como as notícias levianas contra os povos indígenas e seus aliados no estado de Roraima veiculadas pela série de reportagem “Amazônia em Perigo” pelo Jornal do Brasil'', conclui.



Fonte: Conselho Indigenista Missionário (Cimi)