Florianópolis deve criar conselho e coordenadoria para a população negra
Florianópolis poderá contar com uma coordenadoria e um conselho municipal da população negra. A deliberação saiu da audiência pública na Câmara de Vereadores que debateu a falta de políticas afirmativas na capital catarinense nesta terça-feira (20), véspe
Publicado 20/03/2007 19:02 | Editado 04/03/2020 17:14
Florianópolis poderá contar com uma coordenadoria e um conselho municipal da população negra. A deliberação saiu da audiência pública na Câmara de Vereadores que debateu a falta de políticas afirmativas na capital catarinense nesta terça-feira (20), véspera do Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A atividade foi proposta pelo mandato da vereadora Angela Albino (PCdoB) à Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Pública.
Dados apresentados pelo Secretário Municipal da Saúde, João José Cândido da Silva, apontam que Florianópolis tem a maior concentração da população negra no estado (10,48%). A audiência deu oportunidade para que instituições e ongs que representam esse percentual significativo reivindicassem a criação de programas específicos para a saúde e educação, entre outras áreas.
A secretária municipal de Desenvolvimento Social (Rose Berger) disse reconhecer a necessidade de se instituir um conselho municipal para tratar do tema. Entretanto, viabilizar recursos para os programas depende da criação de coordenadoria municipal, como lembrou o professor Paulino Cardoso, representante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/UDESC).
Coordenadoria trará recursos
Em suas emendas à Lei Orçamentária deste ano, a vereadora Angela Albino (PCdoB) sugeriu a inclusão de mais de R$ 200 mil para a população negra (construção da Casa da Cultura Negra, capacitação de servidores para a questão da raça e da cultura afro e programa de prevenção à anemia falciforme, que atinge especialmente a população negra). Nenhum dos adendos foi acatado pelo executivo. “Através da coordenadoria, poderemos ter acesso a recursos federais para implementar essas medidas”, defendeu a parlamentar.
Dia de luta
21 de março foi instituído pela ONU como o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data remete ao incidente que vitimou 69 pessoas em Joanesburgo, capital da África do Sul, em 1960. Naquele dia, vinte mil negros foram violentamente reprimidos pelo exército enquanto protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde poderiam circular. O incidente ficou conhecido como o Massacre de Shaperville, bairro da capital.
De Florianópolis,
Ana Claudia Araujo