O Espírito Santo dos “grandes projetos”
Foi com força policial e truculência que o Governo Paulo Hartung recebeu as capixabas no Dia Internacional da Mulher.
Publicado 26/03/2007 20:16 | Editado 04/03/2020 16:43
Foi com força policial e truculência que o Governo Paulo Hartung recebeu as capixabas no Dia Internacional da Mulher. Protestando contra a violência doméstica e pedindo justiça socioambiental, elas acamparam, do dia 8 para o dia 9 de março, em frente ao Palácio da Fonte Grande, mas foram tratadas com descaso. O governador não se reuniu com as mulheres nem mandou que alguém o fizesse. Mais uma vez, tapou os ouvidos para um problema que toma conta do Espírito Santo: a eliminação das riquezas naturais pela Aracruz Celulose e suas conseqüências .
A Aracruz Celulose, além de acabar com rios, matas e provocar mudanças significativas na fauna e na flora no norte do Estado, expulsou os indígenas e quilombolas dos seus territórios, provocando o êxodo rural, criando bairros de periferia paupérrimos na Grande Vitória. Sem respaldo de políticas públicas que são de responsabilidade do Governo, essas populações vão se marginalizando nos centros urbanos, sem emprego e sem perspectivas de vida.
A implantação de grandes projetos tem sido o foco do Governo Paulo Hartung, que se elegeu com apoio financeiro da Aracruz Celulose e outras empresas. O quadro no Espírito Santo é de abandono, apesar da imagem de reconstrução divulgada pelo Governo. Os índices de violência são assustadores, há grandes gargalos nas áreas de saúde e educação.
Como denuncia Edna Martins, do Fórum Estadual de Mulheres, “o programa estratégico do governo não contempla as políticas públicas. É desenvolvido para manutenção de grandes projetos empresariais e de uma camada da população que não necessita de políticas públicas, pois sua condição financeira permite a compra de serviços de saúde, educação e segurança particular”.
Fonte: Sindicato dos Bancários/ES
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