CPI da Gautama: Senado recolhe assinaturas para CPI Mista
A movimentação para a instalação de uma CPI para investigar o esquema de fraudes montado pela Construtora Gautama ganhou fôlego com o recolhimento de 27 assinaturas no Senado, nesta quinta-feira (24). Segundo o Regimento do Congresso, para instalação d
Publicado 24/05/2007 17:17
Os líderes da oposição recuaram e decidiram apoiar a CPI. Na noite de quarta-feira (23) o líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN) defendeu a CPMI, como fizera na véspera o PSDB.
Mais cedo, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) declarou que considerava a nova CPI “inevitável”.
Na Câmara a coleta de assinaturas é mais lenta, no início da tarde, deputados do P-SOL e PPS buscavam apoio para a instalação da CPI, mas ainda não haviam conseguido o número suficiente de apoios.
Grupo de Trabalho
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou nesta quarta-feira a criação de um grupo de trabalho, coordenado por ele, com a participação de todos os líderes, para elaborar sugestões de combate à corrupção.
O presidente explicou que, durante reunião, os líderes defenderam os seguintes pontos: a inclusão do patrimônio pessoal dos administradores entre os bens passíveis de arresto em casos de sonegação e corrupção; e a criação de regras mais rígidas para comprovar a idoneidade de empresas que prestam serviço para o setor público. “Não significa que há acordo quanto a essas propostas no momento, mas que nós hoje – não por acaso está aqui oposição e governo – estamos todos unidos na defesa de valores que a sociedade brasileira preza e exige.”
Ele informou que já na próxima terça-feira (22), às 10 horas, o grupo vai se reunir novamente na residência oficial da Presidência da Câmara para sistematizar propostas para aprimorar a legislação.
Medidas na Câmara
Chinaglia disse ainda que a própria Câmara deve adotar medidas internas de combate à corrupção. Ele defendeu mais transparência na aprovação do Orçamento da União e a reestruturação das emendas de bancada. “As emendas de bancada são a maior fonte de problemas. Estamos caminhando para uma reestruturação radical delas. Elas serão dissecadas”, afirmou, sem dizer se existe a possibilidade de serem extintas.
O presidente da Câmara garantiu ainda que o foro privilegiado não impedirá o julgamento de parlamentares que tenham envolvimento comprovado em escândalos de corrupção, como o denunciado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Chinaglia disse também que os líderes discutiram a possibilidade de procurar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério Público para pedir o julgamento de deputados denunciados.
Com Agência Câmara