Sorrentino: conferências 2007 são chave do sucesso de 2008
Nesta coluna, o secretário de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, fala sobre a importância das conferências que já estão em processo de preparação nos comitês do partido em todo país. “O sucesso de 2008 será plantado nestas conferências”, escreve
Publicado 28/05/2007 11:54
Por Walter Sorrentino*
Está dada a largada para as conferências partidárias de renovação dos projetos políticos e direções partidárias do PCdoB nos Estados e municípios. A direção nacional apresentará normas para que os comitês estaduais e municipais as convoquem, para se realizarem desde já e até a data de 11 de novembro.
Na boa tradição dos comunistas, será momento de passar em revista as questões partidárias, enfrentar com novas estratégias e recursos os aspectos críticos da atividade. Desde as eleições passadas, o Comitê Central extraiu conseqüências dos resultados eleitorais e do quadro político resultante. Reposicionou politicamente o Partido e indicou linhas bem fundamentadas para elevar seu papel na luta política e social, como também no terreno da estruturação partidária (leia aqui Comissão de Organização do PCdoB traça plano de trabalho para 2007). As conferências serão ocasião para consolidar a aplicação dessas linhas e, também, promover a renovação das instâncias dirigentes seja quanto à sua composição etária, de presença de trabalhadores e mulheres em seus órgãos eletivos, seja quanto à alternância de funções executivas. Será o primeiro ciclo de conferências a se realizar sob a égide do Estatuto aprovado no 11º Congresso, que consagra mecanismos novos de participação e deliberação para militantes e filiados, quanto à Carteira Nacional de Militante como condição para eleger e ser eleito, institui o voto secreto, estabelece limites máximos de dirigentes e as condições para os delegados natos. Além disso, o CC regulamentará as conclusões da Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher.
Questão politicamente singular e mais marcante das Conferências 2007, é que elas são a preparação direta desde logo do projeto eleitoral de 2008. Aliás, o sucesso de 2008 será plantado nestas conferências. Por essa razão, no projeto político e partidário em debate nos Estados e municípios, isso terá centralidade e deve conferir a elas protagonismo na cena política local e força de atração de novas lideranças para a legenda comunista.
Por conseqüência, os debates partidários devem motivar intensamente a participação não só dos militantes e filiados, como também de apoiadores e amigos do PCdoB, fazendo crescer vigorosamente as fileiras partidárias organizadas e ampliando o número de comitês pelo interior. Há um argumento tradicional nesta questão, segundo o qual conferências desligadas de congresso nacional mobilizam número menor de aderentes. Nas conferências de 2003, semelhantes às atuais, foram mobilizados 58 mil militantes. Em 2005, no 11º Congresso, foram 70 mil dos quase 200 mil filiados do PCdoB.
Não é entretanto o caso de ter como parâmetro 2003. Porque o PCdoB está mais forte e presente politicamente após a vitória de 2006; porque as metas de 2005 foram pressionadas pela crise política e ofensiva conservadora contra nosso campo político; e porque com uma tática eleitoral ousada o PCdoB poderá atrair um contingente grande de novos ingressos em sua legenda. Há então terreno e razões para objetivar a mobilização de um número substancialmente maior que no 11º Congresso, para este momento da vida partidária. Com a política no comando, isso é não só necessário como possível. Até julho o Comitê Central firmará um objetivo nacional nesse sentido, após motivar o debate de metas em todos os Estados.
Como vem se insistindo nesta última década na vida partidária, não há opções organizativas que não tenham raízes políticas. A opção política do PCdoB está clara, no sentido de disputar mais ativamente um lugar político e eleitoral mais denso no cenário nacional. Precisa corresponder-lhe uma estrutura organizativa mais ampla, numerosa e capilarizada, ao mesmo tempo em que se persevera no esforço de enraizá-lo pelas bases e assegurar a unidade e disciplina em torno do projeto político coletivo. É a batalha em curso nas conferências de 2007, ligada ao grande esforço por incrementar a comunicação com o povo e formar as fileiras militantes.
*Walter Sorrentino, médico, Secretário Nacional de Organização
Leia também:
– Comissão de Organização do PCdoB traça plano de trabalho para 2007
– Eleição de 2008 é carro-chefe para reposicionamento político do PCdoB