UPA de Venda Nova continua sem médicos suficientes
A promessa do prefeito Fernando Pimentel (PT) de contratar médicos, em caráter de emergência, para os plantões clínicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Venda Nova até o último fim de semana não foi cumprida.
Publicado 28/05/2007 15:10 | Editado 04/03/2020 16:52
Tanto no sábado quanto ontem, apenas um clínico-geral estava de plantão para atender os pacientes. Enquanto alguns doentes aguardaram até cinco horas para serem atendidos, outros, após serem informados por servidores da UPA que teriam que aguardar, no mínimo, 12 horas para serem examinados pelo médico, voltaram para casa sem o atendimento.
A contratação de mais médicos foi anunciada na quarta-feira. Na oportunidade, o prefeito disse que estava analisando, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, o número de equipes médicas necessárias ao bom funcionamento da UPA. Ele afirmou que a solução para o problema seria implantada antes do fim de semana.
Ontem, a dona-de-casa Ivani dos Santos Miranda, de 43 anos, moradora do Bairro Copacabana, chegou à unidade de pronto atendimento com fortes dores de cabeça e vômito. Seu marido, o serralheiro Cléber Gomes Miranda, de 43, conta que ela teve que aguardar uma hora somente para ser atendida. “Chegamos aqui às 13h30 e somente agora (14h30) ela foi chamada pelos atendentes. A administração municipal deveria investir na saúde e respeitar mais o cidadão, que precisa de um atendimento digno.” Pouco tempo depois, às 15h10, Ivani Miranda chamou o marido e disse que teve apenas sua pressão medida. “Falaram que ela teria que esperar pelo menos 12 horas para ser atendida. Vamos embora sem o atendimento”, informou o serralheiro.
A doméstica e moradora do Bairro São João Batista N.P.S., de 30, estava com dores no peito e nas costas, além de febre alta, desde sábado. Ela conta que aguardou uma hora e meia na sala de espera. Foi chamada pelos funcionários da UPA e, já dentro da unidade, esperou, em vão, pela chegada do médico. “Uns esperavam em pé e outros sentados. Mediram minha pressão e me informaram que tinha a opção de aguardar, no mínimo 12 horas, ou de ir para casa.” Segundo a doméstica, que é usuária da UPA Venda Nova há vários anos, já passou da hora de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tomar providências e resolver os problemas da área de saúde.
Os problemas na unidade de atendimento se agravaram na madrugada da última segunda-feira, quando o serralheiro Rivaldino Alves Batista, de 60 anos, morreu por falta de socorro médico, mas não são recentes. Há quase dois anos a UPA funciona com equipes incompletas, o que dificulta a prestação de serviços médicos à população. De acordo com a Portaria 2.048/02 do Ministério da Saúde, são necessários três clínicos-gerais, três pediatras e um cirurgião em cada equipe de plantão em unidades de urgência e emergência.
A assessoria de comunicação da PBH argumentou apenas que os 583 aprovados no concurso para servidores da saúde, realizado no ano passado, estão sendo nomeados. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), até a sexta-feira não havia recebido nenhuma orientação para contratar médicos, em caráter de urgência, conforme prometido pelo prefeito.
Fonte; Portal UAI