Piso Regional: pressão dos trabalhadores aumentou o índice,mas ainda ficou longe do desejado

Mesmo com as galerias da Assembléia Legislativa lotada de trabalhadores, os deputados aprovaram por 33 votos favoráveis e 20 contrários o índice oferecido pelo governo que reajusta o salário mínimo regional. O aumento ficou em 5,98%, longe dos 19,86% p

Depois de muitas negociações entre os representantes dos trabalhadores, deputados e empresários, o piso regional foi à votação no final da tarde desta terça-feira, 5/6. Os empresários tentaram adiar mais uma vez a votação para ganhar tempo. Mas os deputados estavam divididos e alguns da bancada governista estavam convencidos de que 3,3% era pouco. Então, o secretário da Casa Civil, Fernando Záchia, apareceu com uma nova proposta do governo. Vários deputados apresentaram emendas ao projeto de reajuste, no entanto, com a aprovação do texto original, as emendas foram deixadas de lado, até mesmo a que alterava mudanças nas faixas salariais. 


 



A votação se encerrou por volta das 18h30. As faixas do piso regional passam de R$ 405,95 para R$ 430,23 a mais baixa, e de, R$ 441,86 para R$ 468,28. Entre os deputados que defenderam o reajuste mínimo de 8,57% estavam as bancadas, do PT, PSB, PDT, PCdoB, e Álvaro Boéssio (PMDB).


 



O presidente de Fecosul, Guiomar Vidor, destaca a grande participação dos comerciários de todo o Estado, e diz que este índice não ajuda os trabalhadores e não colabora com a economia do estado. Vidor repudia a pretensão do governo do estado e dos deputados governistas, que estão aliados aos empresários, que é de extingüir o piso regional. “A cada ano o piso regional vem sendo desvalorizado e perdendo sua condição diferencial do piso mínimo nacional, já que em 2002 era 30% maior que o nacional e agora supera apenas em 13%”, observa o presidente da Fecosul. “Esta conquista dos gaúchos está ameaçada por quem não tem compromisso com os trabalhadores e com o desenvolvimento do estado, com geração de emprego e distribuição de renda”, completa Vidor.


 



Para o presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, a atitude dos parlamentares foi lamentável na medida em que a chamada “casa do povo” se mostrou contrária à retomada de desenvolvimento do estado. “O índice de reajuste que foi proposto pelos trabalhadores é importante para a economia, pois proporcionaria um equilíbrio no desenvolvimento do estado. Assim sendo, os 8,57% de reajuste estancariam a queda do piso em relação ao mínimo nacional”, afirmou o dirigente custista.


 



As faixas salariais ficam assim definidas por categoria:


 



I – de R$ 430,23 para os seguintes trabalhadores na agricultura e pecuária, indústrias extrativas, empresas de pesca, empregados domésticos, turismo e hospitalidade, indústrias da construção civil, indústrias de instrumentos musicais e brinquedos, estabelecimentos hípicos, empregados motociclistas no transporte de documentos e pequenos volumes – “moto boy”.  


 



II – de R$ 440,17 para os seguintes trabalhadores nas indústrias do vestuário e do calçado, indústrias de fiação e tecelagem, indústrias de artefatos de couro, indústrias do papel, papelão e cortiça, empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas, empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas.


 



III – de R$ 450,09 para os seguintes trabalhadores nas indústrias do mobiliário, indústrias químicas e farmacêuticas, indústrias cinematográficas, indústrias de alimentação, empregados no comércio em geral, empregados de agentes autônomos do comércio.


 



IV – de 468,28 para os seguintes empregados nas indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico,  indústrias gráficas, indústrias de vidro, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana, indústrias de artefatos de borracha, empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito, edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas, auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino).  


 



De Porto Alegre
Márcia Carvalho