Uriel Villas Boas analisa o Congresso dos Metalúrgicos da CUT
O Congresso da CNM – Confederação Nacional dos Metalúrgicos acontece em Guarulhos a partir da próxima quarta-feira (13/06). a expectativa é um amplo debate sobre a situação dos trabalhadores, a questão das reformas trabalhista e sindical e a situação do p
Publicado 11/06/2007 11:31 | Editado 04/03/2020 17:19
CNM: um congresso muito importante
Os metalúrgicos cutistas estarão reunidos de 12 à 15 de junho, realizando o 7º Congresso da CNM-Confederação Nacional dos Metalúrgicos. O tema central do Congresso é por demais sugestivo: “Desenvolvimento,Emprego,Renda e Soberania Nacional, um milhão de metalúrgicos por um Brasil melhor para todos”.
Alguns pontos precisam ser destacados. É uma excelente oportunidade para debater a situação não apenas do trabalhador metalúrgico. É um contexto muito maior, pois a situação do trabalhador de todas as categorias está muito interligada. E isto passa pela região, pelo Estado, pelo Pais e sobretudo, pela internacionalização de praticamente todos os ramos de atividades.
É a globalização promovida em grande escala, com reflexos sensíveis no mercado de trabalho. Percebem-se grandes avanços tecnológicos que somam-se a mecanismos de administração das Empresas. Que num número significativo usa de formas as mais diferentes para obter resultados. E diminuem os seus custos com a terceirização de várias atividades.
É uma situação preocupante, pois o trabalhador terceirizado não tem muitas garantias e ainda contribui para a divisão do sindicalismo. Éuma tática inteligente da classe patronal, que os trabalhadores ainda não conseguiram encontrar o ponto comum de enfrentamento. E a luta, em tal caso, tem de passar pela discussão política, levando os sindicatos que atuam numa mesma empresa a debaterem questões básicas, como data-base unificada, uma pauta única, de modo a agir numa frente que terá uma repercussão junto ao patronato.
Precisa também da compreensão do sindicalismo que não se pode mais viver de improvisações, na busca do imediatismo. O sindicalismo tem de se preparar, tem de debater a conjuntura nacional e ultrapassar as fronteiras. Mas não pode ser de forma amadoristica. É preciso a preparação politica e a arregimentação de assessorias que darão os subsidios para a ação coordenada, que poderá mudar um quadro preocupante.Outros temas serão abordados, como as políticas sociais do Governo, a saude, a educação, o relacionamento de genero e raça, a ação da juventude operária, os aposentados, enfim, um quadro bem amplo.
Como se pode perceber, o movimento sindical metalúrgico deverá sair do 7º Congresso fortalecido. Muitas delegações sindicais estrangeiras estarão presentes, num intercâmbio que é muito positivo.
Mas evidentemente que um Congresso não se esgota tão sòmente no momento de sua realização. Os seus participantes levam para suas bases os indicativos, as decisões que precisam ser utilizadas como forma de mobilização. E a superação de divergências que não trazem beneficios ao movimento operário.
Uriel Villas Boas – Coordenador da CSC-Baixada Santista