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PCdoB ingressa no Grupo de Trabalho do Fórum de São Paulo

No último fim de semana (20 e 21 de julho), reuniu-se em Manágua o Grupo de Trabalho do Fórum de São Paulo. Estiveram presentes partidos políticos de 13 países latino-americanos e caribenhos: Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemal

Do Brasil participaram o Partido dos Trabalhadores, representado pelo secretário de movimentos populares Renato Simões e o Partido Comunista do Brasil, com seu secretário de Relações Internacionais, José Reinaldo Carvalho. Na ocasião, foi aprovado por aclamação o ingresso do PCdoB como membro efetivo do Grupo de Trabalho.  Renato Simões informou os presentes que o pleito do PCdoB foi aprovado por unanimidade pela Executiva Nacional do PT.


 


“ Saiu de moda ser de direita ”
                         



A abertura da reunião do Grupo de Trabalho foi feita por um dos comandantes históricos da Revolução Sandinista e hoje embaixador da Nicarágua no Peru, Tomás Borge, que, ao definir o próprio perfil político salientou: “Sempre fui um radical e ainda sou”. Referindo-se à postura que devem ter os militantes da atual geração, disse que “cada vez mais está na ordem do dia ser de esquerda” e aduziu cáustico: “Saiu de moda ser de direita. É não só anti-ético, mas também anti-estético, de mau gosto”.


 


O dirigente sandinista lembrou do tempo em que preparava a publicação do livro “Um grão de milho – Conversações com Fidel”. “Era o início da década de 1990, quando Fidel dizia que o mundo vivia um retrocesso, mas que brevemente viria um novo período revolucionário. É precisamente isto o que está acontecendo”. Tomás Borge abriu a reunião do Grupo de Trabalho do Fórum de São Paulo com uma mensagem de otimismo: “A perspectiva é que se fortaleçam as forças revolucionárias”.


 


Principais resoluções


 


O Grupo de trabalho aprovou importantes resoluções políticas: contra a guerra de ocupação no Iraque e pela retirada das tropas agressoras do imperialismo norte-americano e seus aliados do país árabe; pela aprovação nos parlamentos paraguaio e brasileiro do ingresso da Venezuela no Mercosul; em solidariedade ao povo cubano, a seu governo e aos cinco heróis cubanos presos nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se denuncia a impunidade de que desfruta o terrorista Posada Carrilles; em solidariedade aos movimentos sociais e camponeses do Paraguai vítimas de violações dos direitos humanos e de apoio à busca de alternativas transformadoras nesse país sul-americano; em solidariedade à luta pela independência e autodeterminação do povo de Porto Rico; em solidariedade ao governo da Venezuela pelos ataques que sofre em função da justa decisão de não renovar a concessão da RCTV; pela extradição do ex-ditador peruano Alberto Fujimori, pela libertação dos presos políticos salvadorenhos, em solidariedade com a luta do povo de Oaxaca, México, entre outras.


 


Um frutífero debate teve lugar sobre os próximos Encontros do Fórum de São Paulo. O Grupo de Trabalho deliberou que o 14º Encontro terá lugar entre os meses de abril e maio de 2008 em Montevidéu, Uruguai, sob os auspícios da Frente Ampla e o 15º Encontro terá como sede o México, entre o final de 2008 e o primeiro bimestre de 2009, a cargo do Partido da Revolução Democrática e do Partido do Trabalho. Quanto à próxima reunião do Grupo de Trabalho, será realizada em novembro de 2007 em Santiago, Chile, por ocasião da Cúpula Ibero-Americana. Numa iniciativa inédita desde o assassinato do presidente Allende e o golpe militar pinochetista, em 1973, será uma iniciativa coordenada entre o Partido Socialista e o Partido Comunista chilenos.


 


Por José Reinaldo de Carvalho