Presidente da Anac e vice da TAM depõem na CPI da Crise Aérea
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea ouviu nesta quarta-feira, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi e o vice-presidente técnico da TAM, Rui Amaro. A CPI questionou os dois sobre o acidente com o avi
Publicado 25/07/2007 17:38
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, rebateu as acusações de que a agência sofre pressão das empresas para liberar linhas aéreas. Segundo ele, a Anac só libera as linhas depois de ouvir a Infraero e o Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea).
Sobre o acidente com o avião da TAM na semana passada, o presidente da Anac disse que o fato não tem relação com os problemas que vêm sendo enfrentados no sistema aéreo brasileiro desde o desastre com o avião da Gol, em setembro do ano passado. Zuanazzi afirmou que os problemas do setor são os mesmos apontados por ele no primeiro depoimento que prestou à CPI: o aumento da demanda de passageiros nos aeroportos de São Paulo (Congonhas e Guarulhos), o movimento reivindicatório dos controladores de vôo e a integração das malhas aéreas. Sobre esse último aspecto, ele disse que a atuação da Anac é limitada, já que a legislação assegura às empresas liberdade de organizar suas malhas. Zuanazzi admitiu, no entanto, que é preciso rever essa decisão.
Milton Zuanazzi afirmou também que o Airbus A-320 da TAM, que explodiu na terça-feira (17) em Congonhas (SP), foi importado no ano passado e foi certificado por uma oficina em Xangai (China). Essa oficina, segundo ele, tem reconhecimento da FAA (a autoridade norte-americana de transporte aéreo) e fez uma vistoria do tipo C, que é considerada uma das mais completas. Zuanazzi informou que, por conta disso, a Anac aceitou o procedimento. Ele negou que o avião tivesse um histórico de problemas, como foi divulgado pela imprensa.
Sobre a pista de Congonhas, Zuanazzi afirmou que a pista principal tinha um índice de atrito de 0,62. Ele ressaltou que, de acordo com as normas internacionais, o índice mínimo para que um avião pouse em segurança em caso de chuva ou neve é de 0,5.
O vice-presidente técnico da TAM, Rui Amaro, entregou para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea, cópia do livro de bordo da aeronave que explodiu ao pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na semana passada. O documento mostra que não foram registradas panes no avião que impedissem a decolagem no aeroporto de Porto Alegre.
O mecânico em Porto Alegre constatou o defeito no reverso direito, utilizado para auxiliar na frenagem do avião durante o pouso. No entanto, Amaro insistiu que a aeronave poderia voar mesmo com apenas um dos reversos funcionando. Segundo o vice-presidente da TAM, o piloto deveria atuar da mesma maneira, como se o equipamento estivesse funcionando. “A diferença do empuxo seria controlada no pedal”, explicou.
Segundo Amaro as aeronaves Airbus operadas pela empresa apresentam uma taxa de apenas 0,8% de falhas mecânicas e eletrônicas que impediriam a decolagem. Ou seja, 99,2% saem no horário previsto com a manutenção checada. O Airbus é o mesmo modelo do avião que explodiu ao colidir com o prédio da TAM Express depois de pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na semana passada.
O vice-presidente da TAM ainda negou que o acidente possa ter sido causado por falha do controle de sistema da aeronave. Ele informou que, abaixo de cem pés, o piloto tem controle total sobre o comando do Airbus. “Em pouso e decolagem, computadores de bordo só dão as informações necessárias ao piloto.”
Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara