Jazigo de ACM atrai 1/5 da multidão esperada
Cem pessoas foram ao jazigo do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), morto na sexta-feira (20), no cemitério do Campo Santo em Salvador nesta quarta-feira (25), primeiro dia de visitação pública. O número é um quinto do esperado – a administraç
Publicado 25/07/2007 18:36
A pequena acorrência fica mais clara quando comparada com as multidões que foram se despedir do deputado federal Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, morto em 1998. Na época, o carlismo estava no auge e seu chefe era visto como o vice-rei do governo Fernando Henrique.
Família não fará missa de sétimo dia
Cerca de 60 mil pessoas acorreram ao velório e ao enterro de Luís Eduardo. Nove anos depois, o velório do senador teve 10 mil participantes e o enterro 3 mil. Talvez por isso a família de ACM (e núcleo dirigente do carlismo) preferiu não encomendar uma missa de sétimo dia, adiando as próximas homenagens para 4 de setembro, quando o senador completaria 80 anos.
Desde as eleições de 2004 e 2006, ACM deixara de ser o colosso político baiano que fora desde a ditadura militar. Pela primeira vez, estava alijado dos poderes federal, estadual e municipal. Sua bancada na Câmara, que em tempos idos já teve mais de duas dezenas de deputados, foi reduzida a 13, em outubro, e nove atualmente.
Seus colegas do antigo PFL acham que, derrotado e decepcionado, já alquebrado pela doença, ele acabou de perder o que lhe restava de energia. Nos últimos tempos, procurou dar mão forte a seu neto e herdeiro político, o deputado federal mais votado no estado em 2006. Este, porém, pode entrar em rota de colisão com o ex-governador Paulo Souto, presidente do DEM-BA e candidato a governador nas eleições do ano passado.
A polêmica sobre o nome do aeroporto
Num cenário político tradicionalmente dividido entre carlistas e anticarlistas, o legado de ACM inclui uma antiga polêmica que renasceu com a eleição de Jacques Wagner (PT) para o governo estadual: o nome do aeroporto de Salvador.
Depois da morte do filho de ACM, este foi rebatizado como Aeroporto Luís Eduardo Magalhães. Os anticarlistas não perdoam a honraria, já que o nome anterior era 2 de Julho – uma referência à data máxima da baianidade, a vitória da Guerra de Independência, em 1823, até hoje comemorada com feriado estadual e desfile popular onde se destacam, desde 1826, os grandes bonecos do Caboclo e da Cabocla. Com a decadência do grupo político de ACM, a questão foi reavivada.
Da redação, com agências