Haroldo Lima: ''Não privatizar a Petrobrás foi uma derrota para o neoliberalismo''
Em palestra realizada no dia 23, no Clube de Engenharia, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que “a não privatização da Petrobrás foi uma derrota do neoliberalismo”, como pretendia o governo FHC.
Publicado 25/07/2007 20:36 | Editado 04/03/2020 17:05
“O neoliberalismo não ganhou no Brasil. O objetivo inicial era realmente privatizar a Petrobrás. Eu estava na Câmara e havia a pressão. Dizia-se que a quebra do monopólio viria junto com a privatização da Petrobrás. Isso não ocorreu. Diferente da Argentina quando conseguiram privatizar a YPF”, afirmou Haroldo.
Apesar da quebra do monopólio estatal do petróleo, “a Petrobrás nunca foi tão grande”, afirmou Haroldo. Para ele, a abertura do mercado brasileiro é uma “via de mão-dupla”, já que a estatal também está presente em vários países.
Segundo o diretor da ANP, em nenhum país do mundo existe mais o monopólio estatal do petróleo, com exceção para a Coréia do Norte. Entretanto, Haroldo ressaltou que em vários países, menos EUA, existe uma forte presença de uma estatal petrolífera.
Leilão
Sobre os polêmicos leilões de petróleo, Haroldo informou que atualmente qualquer empresa precisa receber a concessão para explorar uma nova área. Disse ainda que por uma ação ousada, a Petrobrás vêm comprando a maior parte dos blocos exploratórios.
No dia 20, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, suspendeu a liminar que impedia a realização da 8ª rodada de licitações. A liminar que cassou o leilão argumentava que a Petrobrás era prejudica em certos critérios, como o limite para a aquisição de grandes campos.
Para a ANP, os critérios estabelecidos na 8ª Rodada de Licitações têm o objetivo de “garantir a exploração correta e eficaz dos blocos arrematados, impedindo que uma única empresa arremate parcela considerável dos blocos oferecidos, sem condições de explorá-la com a eficiência devida e o grau de investimento exigido pelo setor”.