Lula Morais: Privatizar não é solução 

Em entrevista publicada pelo O POVO, no último 6 de julho, o empresário José Carlos Ponte, da Marquise, aborda a privatização do saneamento básico como solução para a universalização da oferta de água e esgotamento sanitário. Quero me reportar há 12 anos,

O Sindiágua realizou uma campanha de esclarecimento à população, mostrando que era possível ampliar a oferta de água tratada sem privatizar e fomos vitoriosos. Na mesma época aconteceu o processo de privatização da Coelce, com as mesmas promessas de melhoria nos serviços e redução da tarifa, e até hoje amargamos as conseqüências.


 


Em países como Argentina e Bolívia, onde o serviço de distribuição de água foi privatizado, houve elevação da tarifa e queda da qualidade da água ofertada, o que desencadeou um processo de reestatização. No Brasil os registros não são diferentes. Todos os processos de privatização que foram feitos com serviços públicos foram prejudiciais para a população.


 


A água é essencial à vida, portanto um bem público e não pode ser visto como mercadoria para obtenção de lucro fácil. Não entra na cabeça de nenhum economista que seja possível ofertar água de qualidade por uma tarifa mais barata do que a oferecida pela Cagece.


 


Se tivéssemos um país devidamente abastecido por água tratada e esgotamento sanitário correto, a população seria mais saudável. É bom lembrar que o pensamento de privatização da água é criminoso e desumano.


 


A Câmara Municipal aprovou na Lei orgânica do Município que o saneamento é um bem público, não podendo privatizá-lo. Como vereador, acrescentei uma cláusula no contrato de concessão de saneamento básico de Fortaleza para a Cagece que diz: caso haja sua privatização, o contrato será automaticamente suspenso. Não à privatização da água!


 


Lula Morais é deputado Estadual/PCdoB