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Conselho político debate e aprova TV pública

Com o relato do secretário de comunicação da Presidência, Franklin Martins, sobre a medida provisória que vai criar a TV pública, na reunião do conselho político, nesta terça-feira (2), o presidente Lula espera conseguir a aprovação da matéria sem difi

O líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), acredita que o debate ajuda na tramitação da matéria. “A base (aliada) não manifestou nenhum resistência à TV pública, pelo contrário, em geral, foram feitas saudações, parabenizando o governo pela iniciativa”.



Na segunda parte da reunião, o presidente Lula avaliou que a derrubada da MP no Senado foi resultado da falta de conversa, de diálogo. Lula disse que precisa conversar mais, segundo Renildo, e que havia pedido ao ministro Franklin Martins para dar uma entrevista sobre TV pública, na semana passada, mas preferiu só falar sobre a MP depois de discutir o assunto na reunião com o conselho político.



Após a exposição sobre a TV pública, que ocupou a primeira parte da reunião, o presidente Lula fez uma explanação sobre sua viagem aos países nórdicos. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse que o presidente Lula fez a defesa da política externa, destacando que o Brasil tem muito prestígio nos meios políticos e empresariais no exterior e que a mídia brasileira não reflete isso. E fez um apelo aos líderes para que promovam uma maior agilidade na tramitação dos acordos e cooperações internacionais.



O presidente Lula também fez um apelo aos líderes partidários para que aprovem o mais rápido possível a inclusão da Venezuela no Mercosul. Segundo Renato Rabelo, Lula disse que o ingresso da Venezuela no Mercosul é importante para o Brasil.



Último trem



Na exposição sobre a TV pública, o ministro Franklin Martins avaliou que o Brasil está atrasado na implantação da TV pública e não pode perder a oportunidade que surge agora, “sob pena de perder o último trem”, compara Renildo Calheiros.



“O Brasil perdeu o momento de construir sua TV pública quando outras nações o fizeram – o Brasil começou pela TV comercial – e agora abriu-se uma nova janela e o Brasil tem que aproveitar, antes que a TV digital entre definitivamente no mercado, ou não será mais possível”, avalia Renildo a partir da exposição do ministro.



Renato Rabelo explicou que o governo decidiu instituir a TV pública por medida provisória por duas razões. Uma delas é para garantir que a TV pública esteja pronta para operar no padrão da TV Digital, que começa a fubncionar no Brasil em 2 de dezembro. A outra é para evitar clima de insegurança que podia surgir entre os funcionários das TVs Educativas e Radiobrás, cuja fusão vai dar origem a Empresa Brasil de Comunicação.



Martins e a nova presidente da TV Pública, jornalista Tereza Cruvinel, apresentaram a medida provisória da empresa gestora do sistema de comunicação do governo federal, que incluirá a TV pública, rádios e agência de notícias. A MP deve ser editada ainda esta semana prevendo-se que a TV Pública entre no ar em 2 de dezembro, ao mesmo tempo que a rádio e a agência de notícias que fazem parte desse projeto.



Tom da TV



“A idéia é incorporar o que há de TV pública pelo Brasil e ver o que precisa ser feito para poder ampliar – o que precisaria fazer em estruturas regionais”, explicou Renildo.



Ele destacou que “a TV pública não será uma TV para fazer propaganda do governo, mas com caráter público, com controle social, para ajudar no debate e na informação das questões nacionais, que não trate as pessoas como mercado, mas como cidadãos”.



Renato Rabelo definiu a TV pública com uma frase: “Não é chapa branca, nem chapa preta”, nem para defender o governo e nem anti-governo, explicando que será uma TV que “forme com informação” e ponha em debate as grandes questões nacionais. Ele enfatizou que o conselho curador – que será formado por representantes da sociedade – é quem vai dar o tom da TV. E enfatizou como dado importante é que serão resgatadas as realidades regionais, com quatro horas de programação local.



Renildo também destacou, das palavras do ministro Franklin Martins, as experiências dos outros países – BBC de Londres, França, Itália -, que demonstram a importância da existência da TV pública e a luta permanente que é construir uma TV pública e garantir que ela preste um serviço de qualidade à sociedade.



De Brasília
Márcia Xavier