Porto Alegre discute os perigos do crack
Por iniciativa do mandato da Vereadora Maristela Maffei, a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) promoveu na manhã desta terça-feira (16/10), no Plenário Otávio Rocha da Câmara
Publicado 16/10/2007 13:59 | Editado 04/03/2020 17:12
O uso de drogas foi tema de debate nesta manhã de terça-feira (16) em Porto Alegre. A Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) da Camâra Municipal promoveu uma audiência pública onde a questão da dependência química, especificamente o uso do crack, foi abordada pelos convidados.
A presidenta da Cece, Vereadora Maristela Maffei (PCdoB) considerou positivo o encontro: “Serviu para refletirmos e buscarmos saídas para evitar que mais crianças e adolescentes sejam vítimas da droga”. Lembrou que o crack surgiu em 1980, feito a partir da cocaína, mas cinco vezes mais potente. “Cada pedra dá uma falsa sensação de bem-estar que dura cerca de dez minutos, depois vem a depressão e a dependência crescente”, enfatizou.
Para a terapeuta ocupacional Rita Buttes a drogadição “não é só uma questão de saúde pública, é de políticas públicas para a saúde”, ressalta ao afirmar que os profissionais de saúde tem que se qualificar para poder atender os pacientes.
O médico Nei Gyrão, do Grupo Hospitalar Conceição, disse trabalhar há vários anos em locais cujo índice de tráfico é muito presente, observou que quando começou seu trabalho, em 1988, a droga mais utilizada era a maconha. “A cocaína deixa a pessoa se sentindo mais acesa e alegre e o crack é extremamente danoso.'' Acredita que a falta de perspectivas, de um desejo de um mundo melhor vem colaborando para a auto-destruição de toda uma geração.
Além do debate, houve a exibição do documentário “A Maldição da Pedra”, produzido em 2003, e dirigido por Luiz Daniel Machado de Oliveira, Rapper Dogg.
Filmado em Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre, o documentário traz depoimentos de jovens dependentes químicos e de pessoas envolvidas com o trabalho ilícito do tráfico. O filme mostra também a desestruturação das famílias destruídas pelo crack e o desespero de mães que acorrentam seus próprios filhos dentro de casa, buscando evitar que sejam assassinados por traficantes.
Integrante da Nação Hip Hop Brasil, Dogg, que também compôs a mesa de debate, disse se entristecer pela falta de apoio de órgãos oficiais em campanhas contra o uso do crack que, como lembrou, vem dizimando vidas. “Já perdi muitos amigos, não só pelo consumo, mas em acertos de contas”. Destacou que o crack é atualmente a droga mais lucrativa dos traficantes.
Participaram da audiência, a psicóloga Marta da Veiga, representando a Secretaria Estadual de Educação, Sandra Helena, representando a Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social, Amadeu Butteli, do Foro Central, o mandato da deputada federal Manuela d´Ávila (PCdoB/RS), vereador Alceu Brasinha (PTB), representantes dos gabinetes das vereadoras Neuza Canabarro (PDT), Clênia Marnhão (PPS) e do vereador Haroldo de Souza (PMDB), além de diversas autoridades estaduais e municipais e alunos da Escola Estadual Fagundes de Melo e do Projeto Povo de Rua.
Fonte: Assessoria de Comunicação da deputada Manuela d´Ávila, com informações da site da CMPA