Arte e Cultura: Do centro à periferia

Inaugurado em 2006, o Centro Cultural do Bom Jardim vem ajudando a atender a grande demanda por atividades artísticas e culturais na periferia de Fortaleza

O Centro Cultural do Bom Jardim teve portas abertas na gestão anterior do Governo do Estado, mas, diferente do que recorrentemente acontece quando de mudanças de governo, também é motivo de entusiasmo para os atuais administradores. É o que se depreende ao conversar com Maninha Morais, presidente do Instituto de Arte e Cultura do Ceará – IACC, organização social responsável por gerir, mediante convênio com o Governo do Estado, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e o Centro Cultural do Bom Jardim. A gestora avalia de modo extremamente positivo a recepção do equipamento cultural pela comunidade do bairro – um dos mais populosos de Fortaleza, com cerca de 175 mil pessoas no Grande Bom Jardim.


 


 


´Além de todos os projetos que o Centro Cultural desenvolve pra atender a comunidade, também estamos montando um Núcleo de Arte e Educação, para trabalhar com todas as escolas do bairro´, anuncia Maninha, apontando bons frutos no diálogo entre centro cultural e comunidade. ´A comunidade se apropriou do equipamento, adotou o centro cultural. Em projetos como o Cadeira na Calçada, a gente discute com a comunidade as expectativas deles em relação ao que o centro pode contribuir pra melhoria da qualidade de vida das pessoas da área. São vários projetos ligados às crianças, a jovens e adolescentes. Tem cineclube, oficinas, exposição…´, enumera. ´Tudo que você faz é bem recebido. A comunidade não tem muitas alternativas, e a gente tem ali um centro cultural totalmente equipado. Não quer dizer que a gente também não sugira, mas há uma participação grande´.


 


 


Em setembro, a visitação ao Centro Cultural do Bom Jardim totalizou aproximadamente 25 mil pessoas. O equipamento tem orçamento anual de cerca de R$1 milhão, enquanto seu ´irmão mais velho´, o Dragão do Mar, conta anualmente com cerca de R$ 5 milhões. ´O orçamento atende bem´, diz Maninha. ´Nenhum centro cultural de Fortaleza é tão bem equipado como o do Bom Jardim´. ´Tem até estúdio de aúdio. Dá pra gravar CD´.


 


 


Teatro abre as portas


 


 


Já o teatro do centro cultural só será inaugurado em novembro, mas já vem, de acordo com a gestora, motivando interesse em grupos do Bom Jardim e de outros bairros de Fortaleza. ´Os grupos de teatro que têm se apresentado no Dragão, a gente tem sugerido encaminhar pra lá também´, afirma, citando, porém, a necessidade de os artistas tomarem iniciativa para se apresentar no bairro. ´É preciso que as pessoas também queiram sair daqui um pouco, e ir pra outras áreas da cidade. A cidade não é mais tão pequena, a população já exige que essas ações sejam descentralizadas´.


 


 


De Fortaleza, Dalwton Moura