Justiça anula sindicato apoiado pela Ulbra/RS
A Justiça do Trabalho de Canoas anulou na terça-feira (04) a assembléia que criava um sindicato dos docentes da educação superior do município. A medida é uma resposta à ação do Sindicato dos Professores
Publicado 05/12/2007 18:44 | Editado 04/03/2020 17:12
Agência Chasque
O diretor do Sinpro-RS, Marcos Fuhr, relata que professores já vinham denunciando ao sindicato a pressão que recebiam dos coordenadores de curso, a mando da reitoria da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), para participar da reunião. Marcos também reclama do difícil acesso ao edital da assembléia, publicado no dia 19 de Novembro, o que para ele foi uma forma de impedir a formação de diretorias plurais.
No entanto, o auge das irregularidades ocorreu na manhã da última segunda-feira (03), durante a assembléia de fundação da nova entidade no Galpão Crioulo da Ulbra, em Canoas. “As provas que nós temos são os reiterados telefonemas, manifestações, professores que nos procuram manifestando sua contrariedade, relatando situações de constrangimento em função das pressões que antecederam a realização da assembléia exigindo a presença deles. No dia, a Ulbra disponibilizou carros para levar os professores ao Galpão Crioulo, o cerceamento dos seguranças da universidade no acesso do local da assembléia. É clara a participação da instituição no processo”, relata.
Marcos avalia que a não-criação do sindicato paralelo foi uma vitória para o Sinpro-RS e para as entidades de classe em geral. De acordo com ele, o sindicato que estava sendo formado era uma iniciativa da Ulbra, que tinha grande influência sobre a comissão provisória que estava encaminhando o processo. Ele afirma que o sindicato paralelo é uma forma de rechaço da Ulbra, que é constantemente criticada pelo Sinpro por condutas que ferem os direitos trabalhistas dos professores e funcionários.
“A idéia de criação de um sindicato paralelo da Ulbra era um assunto, uma manifestação reiterada de representantes da universidade no relacionamento com o Sinpro-RS. Sempre em tom de ameaça mais ou menos ostensiva, especialmente nos momentos de maior contrariedade com a atuação do sindicato em relação aos atropelos de direitos praticados pela universidade”, afirma.
Desde 2004, o Sinpro-RS denuncia a direção da Ulbra por não cumprir os direitos trabalhistas e atrasos de salários. Marcos também conta que é comum a universidade pressionar os professores para que desistam de ações judiciais trabalhistas. Apesar dos casos ocorrerem em maior parte com os profissionais do campus de Canoas, os campus do interior do Estado também são atingidos. Para Marcos, as irregularidades trabalhistas são uma política da universidade. De acordo com o Sinpro-RS, a Ulbra já acumula mais de 600 ações de profissionais na Justiça do Trabalho.