Federal de Santa Maria/RS aprova adesão ao Reuni
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) vai aderir ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni. O projeto da instituição para o Programa foi aprovado nesta quarta-fe
Publicado 07/12/2007 10:36 | Editado 04/03/2020 17:12
A proposta da UFSM para o Reuni prevê a criação de 5741 novas vagas de graduação nos próximos cinco anos. A maioria delas vai ser para cursos noturnos, já que, até 2010, a instituição pretende abrir 17 novos cursos. Além disso, estão previstas as contratações de 292 novos professores e 350 técnicos administrativos. Já a pós-graduação deve ser incrementada com 4210 vagas até 2012. Segundo o pró-reitor de graduação da instituição, Jorge Cunha, a liberação dos recursos vai possibilitar o incremento de atividades na Universidade.
“Se nós somarmos todos os recursos de custeio e investimentos destinados para a UFSM através do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, que nós chamamos de Reuni, os investimentos nos próximos cinco anos, para além do orçamento da UFSM, são da ordem total de pouco mais de R$ 200 milhões, que é extremamente significativo”, diz.
No entanto, para receber as verbas, a UFSM vai ter que atingir algumas metas até 2012. Entre elas, 90% de aprovação entre os alunos e a proporção de 18 professores para cada estudante. Segundo Cunha, a alta média de aprovações exigida pelo governo federal não vai ser um problema, pois a Universidade hoje já atinge em torno de 70%.
O Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM já se manifestou a favor do Reuni. No entanto, os estudantes são contra à proposta que foi elaborada pela instituição. Na avaliação do integrante do DCE Eduardo Facin, o projeto não foi discutido de forma clara com a comunidade acadêmica. Ele explica que a proposta foi finalizada no dia 22 de Novembro, e já no dia 26 foi colocada para apreciação no Conselho Universitário.
“Existia uma outra data para a UFSM enviar a proposta de adesão ao Reuni, que seria 17 de Dezembro ou dia 11 de Fevereiro. A nossa proposta foi que fosse postergada para o dia 11 de Fevereiro para poder fazer uma discussão maior com toda a comunidade universitária, procurando atender as demandas regionais quanto à abertura de novos cursos e a ampliação das vagas”, argumenta.
Além disso, o estudante lembra que a Universidade não deve receber os R$ 200 milhões pretendidos. Isso porque o Ministério da Educação (MEC) disponibiliza R$ 2 bilhões no total para 56 instituições. Se todos os projetos fossem contemplados com o mesmo valor, a Federal de Santa Maria receberia apenas R$ 38 milhões. Facin também tem dúvidas se a UFSM vai atingir a meta de 90% de aprovação.
O presidente da Seção Sindical Docente da instituição, Diorge Alceno Konrad, também afirma que os professores não são contrários à expansão da Universidade. A preocupação, segundo ele, está na forma como pode se dar esse aumento. A preferência por cursos de curta e média duração, por exemplo, é apontada como um aspecto negativo do projeto.
“Nós entendemos que esse tipo de formação rápida apenas cria uma mão-de-obra semi-qualificada para o mercado. Entendemos que a formação superior deve ser de qualidade. A formação universitária em um país como o Brasil precisa ter qualidade no sentido da produção de conhecimento. Não podemos apenas ser repassadores de conhecimentos oriundos de países desenvolvidos”, destaca.
Até agora, 42 universidades já aderiram ao Reuni. Com a adesão da UFSM, todas as federais gaúchas jelaboraram planos para a expansão.
Agência Chasque