Parque da Redenção, Porto Alegre, faz 200 anos
No último dia 24 de outubro, o Parque Farroupilha, conhecido como Parque da Redenção, fez 200 anos. Para marcar o aniversário, neste domingo, 16 de dezembro, no Monumento ao Expedicionário, às 10 h
Publicado 14/12/2007 17:01 | Editado 04/03/2020 17:12
Em 1807, o Governador Paulo Gama doou para a cidade de Porto Alegre a área do Parque Farroupilha, carinhosamente chamado de Parque da Redenção, ou simplesmente, Redenção. A área foi doada com o objetivo de servir de potreiro para o gado que se dirigia aos açougues. Em 1826, o terreno passou a ser utilizado para exercícios militares. O Potreiro da Várzea, como era conhecido, foi denominado de Campos do Bom Fim em 1867. Somente em 1884, passou a chamar-se de Campos da Redenção, em homenagem à libertação dos escravos em Porto Alegre, que foi a primeira cidade a abolir a escravatura. Em homenagem à Revolução passou a chamar-se Parque Farroupilha, no centenário, em 1935. O Parque possui hoje 40 hectares, na região central da capital gaúcha, ponto de encontros, lazer, cultura, esportes, história e turismo.
No último dia 24 de outubro, a Redenção fez 200 anos.
Nos finais de tarde, acolhe passos largos dos esportistas e, nos domingos pela manhã, famílias caminham sem pressa, visitam o brique, olham artesanatos, assistem artistas de rua. Pelos gramados, vão se formando rodas de ''jogar-conversa-fora'', molhando a garganta com chimarrão. Sempre aparecem grupos que, sob a melodia de um violão, cantam coisas dessa terra. As crianças correm, andam livres de bicicleta, ou no pedalinho, passeiam no trenzinho, brincam no parque de diversões, olham os bichos do mini-zôo.
Ali, sempre há manifestação cultural popular. Nunca falta um artista de rua, o tradicional ''homem-do-gato'', as ''estátuas-vivas'', as rodas de capoeira. Tem também as atividades culturais organizadas. Shows musicais, teatro, dança e esporte que dispõem de espaços como o Auditório Araújo Vianna, Estádio Gal. Ramiro Souto, Áreas de recreação infantil, Trilhas para caminhadas e corridas. Tem também muita história espalhada em 38 monumentos, entre eles o Monumento ao Expedicionário, Pira da Pátria, Gaúcho Oriental, Relógio da antiga Carris, Coluna Jônica, Árvore da Amizade, Fonte Francesa, Menino Nú, Colônia Hebraica, Colônia Sírio-Libanesa, Alberto Bins, Brochado da Rocha e Paulo Gama.
No seu interior é possível encontrar uma ampla variedade de flora de espécie nativa (Ipê-roxo, Ipê-amarelo, Imbuia, Pau-brasil, Caporoca, Cedro, Butiá, Camboim, Chá de bugre, Maricá, Guapuruvu, Angico vermelho, Pitangueira, Araucária e outras) e exótica (Ginco, Tamareira, Figueira-sagrada, Araucária australiana, Ginkgo biloba, Amoreira, Eucalipto, Palmeira-californiana, Salso-chorão e outras), aves como Pombo-doméstico, Rolinha-picuí, Alma-de-gato, Anu-preto, Anu-branco, Beija-flor-dourado, João-de-barro, Tesourinha, Bem-te-vi, Sabiá-laranjeira.
''É uma jovem bi-centenária. É local de encontros, de passeios. Do ladinho da UFRGS, com sua arquitetura histórica, corações de estudantes pulsam com a natureza, a cultura atual e a história da cidade. Minha vida, inclusive política, está ligada à Redenção. Desde a minha primeira campanha, de vereadora, íamos para o Parque encontrar, dialogar, respirar os anseios dos porto-alegrenses. Fizemos plenárias de campanha ao ar livre, abertas. Nos sentimos parte dessa linda paisagem de Porto Alegre. Parabéns, Parque Farroupilha! Parabéns, povo da minha cidade, por preservar suas áreas de convivência, com tanto amor!''
Deputada Manuela d'Ávila
Para marcar os 200 anos da Redenção, neste domingo, 16 de dezembro, no Largo do Monumento ao Expedicionário, às 10 horas, haverá uma Audiência pública para debater a utilização do parque. Às 11h30min será aberta a exposição sobre a História do Parque Farroupilha e o bi-centenário, com a colaboração do Conselho de Usuários do local e ao meio-dia diversas atrações culturais alegrarão a Redenção.
De Porto Alegre
Sônia Corrêa