Edmilson homenageia o centenário do comunista Oscar Niemeyer
O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ) parabenizou, no dia 12, o centenário do grande arquiteto, “comunista e brasileiro”, Oscar Niemeyer, que comemora seu aniversário neste sábado (15 de dezembro). “Sinto uma grande alegria e honra em ter com
Publicado 14/12/2007 19:32 | Editado 04/03/2020 17:05
“É um século de vida de muito empenho e dedicação. O trabalho realizado por Niemeyer ultrapassou as fronteiras brasileiras e chegou a diferentes partes do mundo. Seus projetos inovaram no uso do concreto e das formas lineares e brancas, revolucionando os novos rumos do modernismo. Sem dúvida nenhuma, Niemeyer introduziu o Brasil na arquitetura moderna de forma surpreendente”.
Dentre os diversos projetos desenvolvidos por Niemeyer estão o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte; o Conjunto do Ibirapuera, em São Paulo; a Casa das Canoas, no Rio de Janeiro; a sede do Partido Comunista, em Paris; o Centro Cultural de Le Havre, em Milão, e finalmente, Brasília, sua mais importante obra. O reconhecimento da importância de seu trabalho lhe rendeu, em 1988, o prêmio Pritzker, o Prêmio Nobel da arquitetura mundial, pelo conjunto de sua obra.
Na política, Niemeyer sempre defendeu uma sociedade igualitária, por isso, aderiu e se mostrou um comunista convicto aos ideais Marxistas. Estes ideais nortearam toda sua vida, fazendo com que ele, apesar da fama e da proximidade com o poder, não acumulasse um grande patrimônio.
A concepção socialista permeava, inclusive, no conceito usado em seus projetos. Segundo o arquiteto, sempre que se encomendava um edifício público, tentava fazê-lo lindo e diferente, porque, segundo ele, os mais pobres certamente não iriam desfrutar de nada, mas poderiam, pelo menos, parar para vê-lo e ter um momento de prazer e surpresa. Essa seria a forma como a arquitetura seria útil.
De acordo com Edmilson, a posição de esquerdista convicto de Niemeyer lhe custou caro em determinados momentos. Em 1965, teve a sede de uma revista da qual era diretor invadida e destruída. Durante a ditadura, muitos dos seus projetos foram rejeitados e muitos clientes desapareceram. A perseguição acabou obrigando-o a deixar o país por alguns anos.
“Neste ano, tive a oportunidade de visitar Niemeyer, juntamente com o senador Inácio Arruda (PCdoB), onde apresentamos proposta para realização de Sessão Solene e de projeto de lei do senador, estabelecendo 2007 como 'O ano Oscar Niemeyer'. Na ocasião, pude constatar a lucidez, serenidade e firmeza de seus ideais políticos e ideológicos”, informou o deputado.
Recentemente, o arquiteto ficou em nono lugar na lista dos 100 maiores gênios vivos do mundo e recebeu do Presidente Lula a medalha do Mérito Cultural, como reconhecimento da importância de seu trabalho. Na semana passada, o IPHAN tombou 23 obras do arquiteto em Brasília e uma no Rio de Janeiro, e analisará todo o restante de sua obra.