Sem categoria

Brasil diverge de Chávez e não muda conceito sobre as Farc

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rejeitou o pedido do presidente venezuelano Hugo Chávez de classificar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como força insurgente, em vez de grupo terrorista, como define o governo colombia

“Agora, isso não implica também dar às Farc um status político que torne até dificil este diálogo do ponto de vista do governo colombiano”, afirmou Amorim na Cidade da Guatemala, onde acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de posse do novo presidente do país, Álvaro Colom.



“Acho que, no momento, não se trata de encontrar nenhum outro status”, afirmou o ministro, referindo-se ao pedido do presidente venezuelano.



Lula não se pronunciou sobre o status das Farc. Ele pediu apenas que Bogotá e a guerrilha cheguem a acordo para novas libertações. Amorim ainda completou seu raciocínio: “A única organização terrorista que o Brasil tem classificada é a Al-Qaeda, porque o País segue a ONU (Organização das Nações Unidas).”



Diálogo



Chávez fez o pedido na semana passada, após a libertação de duas reféns pelas Farc, na quinta-feira. No último domingo (13), o presidente venezuelano disse que a mudança de status faria com que o grupo guerrilheiro se submetesse à Convenção de Genebra e o forçaria a libertar os reféns que mantém.



A sugestão de Chávez foi rejeitada por vários presidentes latino-americanos que se manifestaram sobre o assunto, inclusive aliados como o equatoriano Rafael Correa. No programa Café com o Presidente, veiculado por emissoras de rádio nas manhãs de segunda-feira, Lula disse que fazia um apelo ao presidente colombiano Álvaro Uribe e às Farc para que negociem a libertação de mais reféns.



“O apelo que eu faço é que o governo colombiano e o meu amigo, o presidente Uribe, mais os dirigentes das Farc se coloquem de acordo para que se possa libertar mais pessoas que estão seqüestradas. Eu acho que é uma questão humanitária, e o Brasil continuará contribuindo para que mais seqüestrados sejam libertados”, disse.



Da redação, com agências