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Roteiristas piqueteiros vencem o Globo de Ouro

E o grande vencedor do Globo de Ouro foi… o WGA! Não, o sindicato dos roteiristas dos EUA não concorria oficialmente em nenhuma categoria, mas foi o grande ganhador em Los Angeles. E o tamanho dessa vitória se deu na ausência de rostos famosos no Beverl

Todos com um grande sorriso amarelo nos lábios, numa entrevista coletiva que durou apenas meia hora. Sim, a greve dos roteiristas ganhou o histórico Globo de Ouro de 2008. E os caras nem precisaram fazer piquete.


 


Mas a noite teve outros vencedores:


 


Os europeus: o prêmio dos correspondentes estrangeiros foi dominado por estrangeiros, principalmente os europeus. O melhor filme em drama foi “Desejo e Reparação”, adaptação de um romance do britânico Ian McEwan. O melhor ator em drama, o inglês Daniel Day-Lewis (“Sangue Negro”). A melhor atriz (drama), Julie Christie, britânica nascida na Índia. A francesa Marion Cotillard foi a vencedora em comédia ou musical por “Piaf”. E o espanhol Javier Bardem levou o troféu de ator coadjuvante por “Onde os Fracos Não Têm Vez”. E não pára por aí: o melhor diretor foi Julian Schnabel, americano que dirigiu a produção francesa “O Escafandro e a Borboleta”. E, para fechar o pacote, “Ratatouille”, animação da Pixar, é verdade, mas também de alma francófona.


 


“Desejo e Reparação”: a obra de Joe Wright concorria a sete prêmios. Só levou dois, mas ficou com o mais importante: melhor filme na categoria drama. E também o de melhor trilha sonora. Está consolidado um favorito ao Oscar (se é que haverá Oscar).


 


“Onde os Fracos Não Têm Vez”: roteiro para os irmãoes Coen e ator coadjuvante para Bardem. Somando os outros prêmios da temporada até aqui, é outro filme que ganha muita força para o Oscar.


 


“Sweeney Todd”: o longa de Tim Burton dominou foi o principal vencedor em comédia/musical, com o Globo de melhor filme e o de melhor ator para Johnny Depp.


 


Cate Blanchett: a grande atriz de Hollywood da atualidade ganhou como coadjuvante por fazer um papel de homem! A melhor das sete encarnações de Bob Dylan em “I’m Not There”.


 


“O Escafandro e a Borboleta”: Schnabel já tinha sido escolhido melhor diretor em Cannes no ano passado. Repetiu a dose no Globo de Ouro e ainda levou o prêmio de filme estrangeiro.


 


O canal E! e a CNN: Aos 45 minutos do 2º tempo, as duas redes fecharam com a NBC para transmitir o Globo de Ouro. Enquanto isso, a TNT, emissora original da cerimônia, passava “Mestre dos Mares” dublado.


 


E a noite teve também seus perdedores.


 


AMPTP, NBC e HFPA: a liga dos estúdios, a rede transmissora oficial do prêmio e a associação que o organiza perderam milhões e milhões de dólares. Nas contas da WGA, só o prejuízo desta noite seria suficiente para atender as demandas dos roteiristas.


 


“Juno”: o candidato a “filme indie fofinho do ano” disputava em três categorias. Não faturou nenhuma, para desespero do repórter da Ilustrada e blogueiro Thiago Ney.


 


“Conduta de Risco”: quatro indicações, incluindo melhor filme. E nada. E George Clooney ainda perdeu para Daniel Day-Lewis.


 


Piada pronta: no ano marcado pela briga de roteiristas e estúdios, o Globo de Ouro foi vencido por um filme chamado… “Reparação”. E derrotando… “Onde os Fracos Não Têm Vez”. A lista completa dos vencedores está aqui.


 


Cabeças começaram a rolar


 


O final de semana só não foi perfeito para os roteiristas porque a categoria sofreu uma verdadeira machadada no fim da sexta-feira: o estúdio ABC, parte do grupo Disney, dispensou mais de 20 profissionais, na mais forte reação do patronato à greve até agora. Roteiristas de séries de TV foram os mais afetados: autores de programas como “Scrubs”, “That ‘70S Show” e “Curb Your Enthusiasm” receberam o bilhete azul. Segundo a revista “Variety”, a Warner também prepara dispensas, mas em menor escala. E a greve continua.


 


Fonte: Blog Ilustrada