Polícia Civil realiza perícia na quadra da Mangueira

Cerca de 50 policiais da delegacia de São Cristóvão e da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) fizeram no dia 8 uma operação na Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Os agentes realizaram uma perícia no local para verificar se a passagem

No local, os policiais encontram a passagem, localizada em uma casa sob o camarote da bateria da escola, completamente selada com tijolos. Eles derrubaram a barreira a marretadas. Uma escada interna, que leva à escola de samba, estava destruída. No barraco, estavam apenas escombros e encanamento aparente.



Segundo o titular da delegacia de São Cristóvão, Márcio Caldas, pelo menos quatro pessoas do setor financeiro e da direção da Mangueira, incluindo o ex-presidente da escola Percival Pires, serão indiciadas por fraude processual.



''É crime alterar um local que estava sendo alvo de perícia, estava interditado. Portanto, a princípio, provas foram descaracterizadas. Todas as passagens da casa foram fechadas''.



Para Caldas, as péssimas condições da casa, a ausência de mobílias e o selamento das portas e janelas contradiz a versão dada à polícia pelo ex-diretor de bateria da escola, Ivo Meireles, que afirmou em depoimento prestado no começo de janeiro que o local serviria como residência de um zelador.



Segundo a polícia, a direção da Mangueira alegou que a passagem serviria como local de entrada de instrumentos e que foi fechada para evitar especulações de envolvimento da escola com traficantes de drogas da região. O laudo da operação, que vai verificar se a passagem seria larga o suficiente para o tamanho dos instrumentos musicais, deve sair em no máximo 30 dias.



A Polícia Civil pretende voltar à quadra da Mangueira, com mandados de busca e apreensão, para recolher livros de contabilidade do setor financeiro, e investigar como é feita a arrecadação de recursos para a manutenção e o funcionamento da escola.


Durante a operação, houve uma explosão próxima ao local da quadra. Os policiais identificaram como uma bomba caseira chamada “malvina”. A explosão foi seguida por fogos de artifício. Ninguém se feriu, e não houve tiroteios.



Desde o início de janeiro, a Polícia Civil investiga se a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira teria envolvimento com o tráfico de drogas na favela.