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Day-Lewis ataca circo midiático sobre morte de Heath Ledger

O ator inglês Daniel Day-Lewis criticou o “circo” da mídia em torno da surpreendente morte de Heath Ledger. Sua declaração foi feita nesta sexta-feira (8), após ele ter dedicado um prêmio ao ator australiano no mês passado. Day-Lewis, de 50 anos, particip

De acordo com o ator, a cobertura 24 horas só servia para piorar a tristeza da família de Ledger. Ouvido sobre seu discurso em homenagem a Ledger na entrega do SAG Awards em Los Angeles no dia 27 de janeiro, Day-Lewis declarou estar farto de ter que falar publicamente sobre Ledger. “Não quero falar sobre isso agora”, disse a jornalistas.


 


“Por mais que tenha ficado satisfeito por ter podido falar alguma coisa naquele momento, agora sinto que há muito mais que eu poderia dizer, mas não quero mais alimentar um incêndio que já está fora de controle”, agregou o ator inglês. “Sua família, por exemplo, está neste momento tentando superar sua dor inimaginável no meio de um maldito circo – e qualquer coisa que eu diga provavelmente só vai contribuir ainda mais para isso, porque mantém a história.”


 


O ator disse esperar que o foco das atenções volte à apreciação do trabalho de Heath Ledger. No discurso do SAG Awards, Daniel Day-Lewis afirmou que o trabalho do ator australiano – particularmente seu papel no filme O Segredo de Brokeback Mountain (2005) – o inspirou profundamente.


 


Atuação elogiada


 


Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson, foi o centro das atenções no primeiro dia do Festival de Berlim, com um brilhante Day-Lewis, em grande atuação, encarnando a maldade do capitalismo petrolífero e outras questões polêmicas.


 


Day-Lewis é velho conhecido do Festival de Berlim – e em 1993 ganhou o Urso de Ouro por Em Nome do Pai, de Jim Sheridan. “Por favor, apaguem de seu cérebro tudo o que leram ou escutaram sobre mim”, disse o ator, diante da avalanche de perguntas sobre como se preparava para seus papéis.


 


A seu lado, Paul Dano, também magnífico no papel de um pregador diabólico, explicava o que sentia como co-protagonista com Day-Lewis. “Sempre procuro me preparar ao máximo. Ainda mais atuando ao lado de Daniel Day-Lewis”.


 


Anderson, Urso de Ouro por Magnólia em 2000, mostrou que tem um senso de humor afiado. “Certamente esperamos ganhar todos os Oscars, inclusive aqueles aos quais não estamos concorrendo”, disse o diretor, brincando com suas oito indicações ao prêmio.


 


O enredo


 


Sangue Negro, principal concorrente de Onde os Fracos não Têm Vez, dos irmãos Cohen, na disputa pelo Oscar, também não entra preza muito pela modéstia. Daniel Day-Lewis tem uma ótima atuação e dá vida ao homem que quase morreu perfurando poços de petróleo e que não se interessa pela integridade alheia.


 


“Às vezes é difícil, mas com Anderson cada um acaba encontrando o caminho para explicar o que quer”, disse o ator, que em Berlim demonstrou que não arrisca apenas nas atuações – mas também no figurino: vestia uma extravagante camisa preta e branca, com grandes flores vermelhas estampadas.


 


O longa-metragem reflete um capitalismo petrolífero cujo único princípio é o de iludir o homem do campo e comprar sua terra a um preço muito baixo para poder extrair a matéria-prima. O importante é ter uma grande quantidade de petróleo sob seus cuidados. Segundo o filme, o negócio funciona sob absoluta falta de escrúpulos e cresce como se fosse um pacto com o diabo. O fanatismo religioso é encarnado no filme pela Igreja da Terceira Revelação.