Conferência das Cidades X ELAOPA: Uma cidade, duas visões

Ao mesmo tempo em que inicia em Porto Alegre a Conferência das Cidades, promovida pelas prefeituras de Roma e Porto Alegre,  Ministério das Cidades, Confederação dos Municípios e Governo do Estado e com apoio do BIRD, BID, Banrisul, Copesul, Gerdau,

O ELAOPA, em sua sexta edição, será sediado em um dos bairros mais populosos e carentes da capital, a Restinga. Os participantes ficarão alojados de  14 a 16 de fevereiro, na sede da Escola de Samba União da Tinga.


 


Estão sendo aguardados cerca de 300 participantes, que discutirão os temas: Terra, Recursos Naturais e Biodiversidade, Direitos Humanos,  Raça e gênero,  Trabalho e organização sindical e As entidades Educação. As entidades apoiadoras são: Resistência Popular, Movimento Nacional dos Catadores, Cozinha Comunitária da Restinga, Levante Popular da Juventude, SEMAPI-RS, SIMCA Cachoeirinha, CPERS Sindicaato. Associação de Médicos e Amigos de Cuba e FERES _ Fórum de Educação da Restinga.


 


O ELAOPA acontece como um contraponto à Conferência das Cidades, já que os pontos de discussão propostos pelo evento oficial não contemplam os interesses da maioria da população excluída, que não tem acesso aos serviços e equipamentos públicos das metrópolis. Além disto o êxodo rural a que se vê forçada a população do campo, engrossa cada vez mais os cinturões de miséria e exclusão, à parte dos imensos ganhos oriundos do capital e da globalização.


 


Segundo Rafael da Costa, professor municipal de Gravataí e participante da Resistência Popular, cerca de 40% dos participantes são oriundos de organizações populares da América Latina, o que enriquecerá o debate e a troca de experiências. Atualmente, 75% da população latino-americana vive em áreas urbanas, ou melhor, sobrevivem.


 


No total do continente latino são 41% de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza e 17% que estão na condição de indigentes. A maioria encontra-se nas cidades, espaço esse que representa a contradição dos sistema capitalista, onde os problemas são os mais diversos, por exemplo, fome, desemprego, falta de moradia e  de acesso a serviços básicos, entre outros. Todos esses são problemas históricos e fazem parte da estrutura do sistema que o  ELAOPA pretende discutir e mudar.


 


Regina Abrahão
Diretora do Semapi/RS